Deu tilt de novo!

11/05/2018 às 17:50.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:47
 (Bruno Cantini/Atlético/divulgação)

(Bruno Cantini/Atlético/divulgação)

Bruno Cantini/Atlético/divulgação / N/A

  Três empates seguidos em três competições diferentes. Pena que já não temos mais o Campeonato Mineiro para repetir o feito do mês passado, quando o Atlético conseguiu tropeçar em quatro disputas em menos de duas semanas.  Acredito que, até mesmo num jogo eletrônico como o Fifa 18, em que o único desgaste físico é o dedo, o time não conseguiria arrancar mais do que um empate diante do meu filho Breno, que passa as madrugadas diante do videogame. Ainda mais se escalarem o Erik. Quem estava no Independência, na terça-feira, imaginou que o atacante tenha sido acometido por um destes “tilts” de fliperama, perdendo um gol de maneira bizarra, após bela jogada individual. Nos anos 70, os “tilts” aconteciam com frequência quando nos empolgávamos muito e chacoalhávamos demais a máquina. Irritada, ela se desligava sozinha, após um mecanismo eletromagnético entrar em ação, despedindo-se de nós com a palavra “Tilt”. A origem deste primo do “game over” é o termo em inglês, que significa, entre outras coisas, “gangorra”. É a melhor palavra para definir o Atlético de hoje e o ânimo dos torcedores. Quando começamos a nos empolgar, vem o “tilt”. Bastou sonhar um pouco, depois de jogar como gente grande contra o Coríntia, que um botão no CT de Vespasiano impõe um breque, uma curva descendente protagonizada por uma expulsão, um calcanhar mal dado ou um bote sofrido na hora de sair com a bola. Outro dia enchemos o Ferroviário de moral. Agora, diante de um adversário que jogou 90 minutos recuado, com toda a defesa amarelada e pedindo ajuda ao Papa para ninguém ser expulso, não conseguimos fazer um golzinho sequer. Ok, era o time reserva. Mas, para falar a verdade, a diretoria enxugou tanto o elenco de 2018 que só temos uma equipe titular e olhe lá. Não temos goleiros, zagueiros, laterais, meias e atacantes que venham do banco e nos inspirem alguma confiança. O Atlético parece eternamente em liquidação, colocando e tirando jogadores. Um dia chega o Juninho, no outro sai o Roger Bernardo. Mal pôs os pés em BH e Samuel Xavier está de malas prontas, devendo vestir a camisa do Ceará. O técnico, não por acaso, é interino e deverá ficar nessa condição até após a Copa do Mundo. Neste trem chamado Atlético, todo mundo é passageiro. Haja vista os contratos dos jogadores, muitos deles vindos por empréstimos, alguns na rebarba do Palmeiras. É perigoso chegarmos ao final do ano e não termos mais o time que começou a pré-temporada em janeiro. É a gangorra atleticana que podemos chamar de plano BEG – baratinho é bom, melhor se for emprestado e, melhor ainda, se vir de graça. O Galo vive a Grande Depressão, sem direito a crack na Bolsa de Valores, já que a lacraram e dali não sai valor algum. É preciso que alguém lance um plano de recuperação urgente como o “New Deal”, empregado pelo presidente americano Roosevelt em 1933. Naquela época sacaram que a economia se move por ciclos e, durante a fase de baixa, é necessário uma resposta imediata para não deixar que a crise se alastre e, como li num livro de História, ter o poder de destruição em massa. Em nossa caso, da Massa.

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