Futebol virtual

19/03/2020 às 09:01.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:00
 (Divulgação)

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  Acho que o campeonato não deve parar. Antes que me crucifiquem por não querer preservar a saúde dos jogadores, não estou falando de levá-los à marra para um estádio, fazer o 11 contra 11 como estamos acostumados. Acho que o campeonato não deve parar.

Neste momento que está todo mundo confinado, sentindo a súbita privação do futebol, seria salutar criar competições virtuais, valendo-se de jogos eletrônicos conhecidos.

Se na hora dos pênaltis, os treinadores escolhem os melhores batedores para a série de cinco, só participariam do certame aqueles craques do videogame.

A gente sabe que, na concentração, o entretenimento campeão entre os atletas não é a sinuca ou o carteado, mas sim o aparelhinho do X-box ou PlayStation.

Especialista no futebol virtual, o meu primo Márcio me explicou que um jogador de joystick segue a mesma rotina dos que entram em campo.

Há desde preocupação com alimentação até ritmo forte de treinamentos, sem falar na pressão pelo calendário cheio, velha reclamação do futebol brasileiro.

Alguns jogos eletrônicos já levaram seus adeptos a deixar o quarto de casa para disputar competições difíceis em estádios lotados.

Em direção contrária, não seria totalmente estranho vermos Arana, Otero e Di Santo batendo uma bolinha num outro lugar que não seja um gramado.

Oportunidade de ouro de ver o elenco do Atlético unido em torno de uma competição de estratégia, não necessariamente um PES 2020.

Estes jogos são um ótimo estimulador, diz o primo, para criar maior entrosamento, algo que ainda no vimos no Galo.

Os Gaming Houses não são muito diferentes de um centro de treinamento: os cyber atletas moram juntos, treinam e recebem informações com análises detalhadas dos adversários.

Lembro-me daquele personagem do filme “Rocky IV”, o lutador russo Ivan Drago, que treina ladeado de tecnologia.

No filme protagonizado por Sylvester Stallone, é verdade, não funcionou muito, mas, sabendo tirar proveito, o aparato pode ajudar.

Vejo pelo meu filho, que chega do serviço e vai direto para o videogame, permanecendo horas à frente da TV, soltando um ou outro palavrão.

Talvez seja a atitude que falta ao Atlético nesta temporada– só não pode jogar o joystick na parede, como ele fez certa vez.

Depois de saber que Ronaldo e Neymar já flertaram com o e-sports, o momento é oportuno para pôr os jogadores “em forma”, além de satisfazer a nossa carência futebolística.

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