Mocidade mineira desde a Revolução de 30

07/06/2021 às 19:49.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:07

Aristóteles Drummond*

Encontro o Manifesto da Mocidade na preciosa Revista de História e Arte, editada em Belo Horizonte, nos anos 1960, por um grupo de intelectuais democratas como Victor de Freitas, Waldemar de Almeida Barbosa, Salomão de Vasconcellos e meu avô Augusto de Lima Jr. O documento é datado de fevereiro de 1930 e dirigido ao presidente Antônio Carlos de Andrada.

Ganha significação lembrar desse manifesto neste momento da vida nacional, pois ele revela valores mineiros exemplares e de oportuna lembrança aos jovens de hoje. Os moços que exerciam forte liderança pertenciam a antigas famílias e emprestavam solidariedade ao estadista que dirigia o Estado. Muitos vieram a se destacar na cultura, na política, na vida empresarial. Mas, desde cedo, assumiam o compromisso com os destinos da pátria.

Entre os signatários dos jovens mineiros que vieram a se destacar na vida mineira e nacional, estavam: Juscelino Kubitscheck, Benedito Valadares, Newton de Paiva Ferreira, Diogo de Vasconcelos, Marcelo Silviano Brandão, Edgar Horta, Elpídio Canabrava, José Alphonsus Guimarães, Galba Velloso e Pedro Nava.

Antônio Carlos Andrada aportou ao regime de 30 grandes nomes da política mineira, jovens como Francisco Campos, que promoveu a grande reforma do ensino em Minas e foi logo nomeado ministro da Educação, para depois ser o grande ministro da Justiça na implantação do Estado Novo, em 1937. Nesta safra, estavam ainda Gustavo Capanema, Ovídio de Abreu, José Maria Alkmin, Virgílio Melo Franco e, claro, os Andradas, de José Bonifácio, deputado e embaixador, a Zezinho, iniciando-se na política, que serviram ao Brasil por décadas e mãos limpas.

Essa participação da mocidade mineira no período Vargas, que foi de 30 a 45, também proporcionou a presença de uma nova geração na oposição, em que eram destaques aqueles que vieram a formar a UDN, como Magalhães Pinto, José Monteiro de Castro, Milton Campos, José Aparecido de Oliveira e outros.

Mesmo em 64, a presença mineira não foi apenas dos experientes políticos a partir do governador Magalhães Pinto e os militares, como o diamantinense Mourão Filho. Eram jovens deputados envolvidos na luta democrática como Aníbal Teixeira, Athos Vieira de Andrade e Oscar Corrêa, entre outros.

Esse é um momento de renovação, sem deixar de lado os experientes bem testados no exercício de mandatos, mas de abrir caminhos com os que não tiveram tempo de compartilhar frustrações e decepções com a teimosa resistência do Brasil em ser moderno, livre, justo e aberto ao empreendedorismo, que gera riqueza e progresso. A Minas da liberdade precisa ser mais liberal na economia para prender seus jovens no empreendedorismo.

*Jornalista

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