Quando é preciso mandar

13/12/2016 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:03

Aristóteles Drummond*

Quando o presidente Castelo Branco decidiu que a Revolução não deveria ser um mero instrumento de deposição de um governo e o afastamento de uma influência de fundo ideológico que comprometia a paz interna, foi montar uma equipe para promover uma verdadeira revolução na estrutura do Estado. Pensando nisso é que fez do então embaixador Roberto Campos um verdadeiro primeiro-ministro, com poderes para reconstruir toda a administração pública.

Roberto fez o esperado com o Decreto-Lei 200 e atos complementares, como a criação do FGTS e o fim da estabilidade que provocava o desinvestimento. Criou ainda o sistema financeiro da habitação, com a fundação do BNH, que, durante sua existência, financiou sete milhões de habitações, e o Banco Central, como órgão regulador e fiscalizador do sistema financeiro nacional. Tudo isso debaixo de intensa gritaria de opositores, como Lacerda e Chateaubriand. 

Agora, numa versão mais moderna, o Executivo deveria obter do Legislativo uma “carta branca” para promover, por Medida Provisória, as reformas necessárias para sair da crise e reconquistar a confiança dos investidores internos e externos.

Manifestantes reclamam de cortes e atrasos na folha de servidores públicos em alguns estados, como se ocupar as ruas e depredar fizessem surgir o dinheiro que falta nos cofres públicos. E mesmo diante de tantos casos de corrupção, é preciso esclarecer que a crise não é provocada pela corrupção – embora tenha questões pontuais, como a Petrobras, prejudicando em especial do Estado do Rio. 

Precisamos de ordem, autoridade e determinação. Sem maiores prejuízos à ordem democrática, mas com firmeza para corrigir coisas que pode nos levar, e em curto prazo, a rupturas econômicas, sociais e da paz interna. Erros têm se repetido em todos os setores da sociedade. Portanto, urge estabelecer as bases do progresso, sem preconceitos e sem negar o valor do empreendedor, que, afinal, é quem gera empregos e paga impostos. O alto conselho de assessoramento composto por empresários já deu o seu recado.

(*) Jornalista e escritor

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