Síndrome do Impostor: será que sou uma fraude?

26/10/2021 às 18:57.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:08

William Sanches*

Se você se sente incomodado toda vez que recebe um elogio, deixa tudo para depois, tem dificuldade de dizer não para os outros, quer agradar todo mundo ou sempre acha que as coisas boas e as oportunidades são apenas sorte que surgem em sua vida, preste bem atenção, você pode estar sofrendo da chamada síndrome do impostor.

A síndrome do impostor é caracterizada por pessoas que têm tendência à autossabotagem e isso é muito sério, principalmente em tempos difíceis. Você pode estar perdendo ótimas oportunidades e ideias criativas simplesmente por sofrer essa síndrome. A síndrome do impostor é aquela insatisfação recorrente com o seu próprio desempenho, que se soma à falta de valorização dos seus resultados. Pessoas com essa autopercepção atribuem o sucesso de suas conquistas a fatores como ajuda de terceiros, momentos oportunos, conexões, coincidências, carisma e outros elementos que não possuem relação com seu esforço pessoal. Isso pode ocorrer em todos os aspectos da sua vida, seja no campo social, profissional, pessoal ou no aprendizado constante, atrapalhando e muito na prosperidade.

Algo bem interessante e daí vem o nome impostor, é que essas pessoas que desenvolvem essa síndrome “temem ser descobertas como fraudes”. Por não confiarem em suas próprias habilidades e intelecto, acreditam que os demais podem chegar à conclusão de que, na verdade, não são capazes de atingir o nível de excelência atribuída a elas. Assim, serão acusadas de enganarem a todos.

Quem não acredita nas coisas positivas e está sempre esperando o pior de si mesmo, sem perceber, está se autossabotando e tende a não conseguir cumprir seus projetos ou tarefas simples. Entrando, assim, em um ciclo de negatividade constante. Quem não enxerga seu próprio valor acaba não se sentindo merecedor das coisas boas que a vida traz. É como receber uma benção divina, mas ao invés de ficar feliz, se sente não merecedor e acaba sofrendo por isso.

A síndrome do impostor faz com que suas vítimas não consigam perceber o valor das suas habilidades e competências e elas acabam se colocando numa espécie de vigília negativa, num temor intermitente de serem consideradas “uma fraude”.

Para se prevenir e mesmo enfrentar a síndrome do impostor é preciso abandonar hábitos negativos. Por exemplo, ao invés de colocar-se para o mundo como uma pessoa preguiçosa, faça o contrário e pense que você é uma pessoa de sucesso, lembrando das suas características positivas e de coisas que já deram certo para você. A simples mudança de foco vai te ajudar a entrar em um ciclo de positividade. O maior desafio está em perceber que a síndrome do impostor acontece com você em maior ou menor escala. Agora, se você percebeu algum desses sintomas, pode começar a trabalhar para mudar essa realidade.

Outro hábito positivo que se deve criar é aceitar os elogios que são dirigidos a nós. Se você foi elogiado é porque mereceu e teve reconhecimento por isso. É sinal que o outro viu um valor em você que, às vezes, nem você havia percebido. Receba esse elogio. Passar a aceitar o que dizem de bom sobre você é um exercício. Você pode estar programado só para aceitar críticas, ofensas, xingamentos e quando chega um elogio pode estranhar. Faça o contrário, agradeça e mentalize: eu mereço, recebo e agradeço.

E quando receber uma crítica lembre-se que todos estamos em constante processo de aprendizado e que errar faz parte do caminho. Nada é perseguição ou uma crítica somente a sua pessoa. Quando aceitamos e identificamos o que pode ser melhorado, adotamos uma postura mais assertiva e evitamos nos colocar na posição de vítimas.

O que mais agrava a síndrome do impostor é o seguinte, quem sofre com o não merecimento, acaba se contentando com uma vida muito abaixo do que realmente poderia ter. E isso não tem nada a ver com zona de conforto. Justamente porque o “impostor” exige muito de si mesmo, mas acha que nunca é suficientemente bom. A insegurança faz com que a pessoa não acredite que é capaz para realizar um trabalho ou mesmo para ser aceita pelos outros.

Ela pensa que os melhores resultados estão guardados para quem merece ser mais amado e valorizado, ou seja, todo mundo pode ter mais e melhor, menos ele mesmo.

Quem busca uma perfeição que não existe precisa tomar algumas atitudes imediatas, como abandonar os pensamentos que superestimam sua importância e cultivar a autoestima. Como expliquei, são pequenos, mas importantes passos que definem sua nova postura: a de vencedor. Aceite que é bom de verdade, pare de se comparar com os outros, tire um tempo para você.

Abra as portas para as coisas boas que estão chegando, lembre-se que a felicidade bate à sua porta, mas ela é tão educada que espera você a convidar para entrar.

*Terapeuta e autor de mais de 20 livros. Especialista em Comportamento Humano e Reprogramação Neurolinguística

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