Seja como uma cebola no meio do caos

03/04/2020 às 22:07.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:11

Mauro Condé*

“A cebola é como a vida – de camada em camada, vamos tirando a casca, e, de vez em quando, choramos” Carl Sandburg – poeta americano.

Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes livros sobre Filosofia.

Eles me levaram para a Grécia, no século 1, onde fui recebido pelo filósofo Epíteto, grande representante do estoicismo (a filosofia baseada na simplicidade) e criador de grandes antídotos para as dificuldades da vida, a quem fui logo pedindo:

Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
Mantenha todo o seu estoque de calma no meio do caos.

Aja como uma cebola, cheia de camadas.

Retire as camadas do externo, do que você não controla e não depende de você até chegar a camada da sua essência.

Em um mundo imprevisível, faça o melhor dentro das suas possibilidades, aceitando, ao mesmo tempo, o que está fora do seu controle.
Busque equilíbrio na razão e evite as emoções destrutivas.

Relaxe e curta a vida, pois ela não é curta se você souber aproveitá-la.

O que tiver que ser, será.

Mas se você não tiver que lidar com isso agora, vá fazer outra coisa.
Diante dos problemas da vida, reflita e decida se eles são para você.

Se não forem, esteja pronto para dizer: para mim, isso não é nada. E deixe-os de lado.

Deixe para trás as coisas que não estão sob seu controle, pois focar nelas é inútil e tente trabalhar duro naquilo que você pode controlar.
Não espere que o mundo seja como você deseja, mas sim como ele realmente é. Dessa forma, você terá uma vida tranquila.

Torne sua vida como um todo agradável para si mesmo, banindo todas as preocupações inúteis com ela.

Prepare-se para o pior, pois se ele acontecer, você já estará preparado para lidar com ele.
Na verdade, na maioria das vezes, o pior não acontece, apenas é amplificado pela sua mente quando você permite que ela seja sequestrada pelo medo do que não existe.

Foi Epíteto quem salvou James Stokdale em 1965, durante a guerra do Vietnã, quando ele era piloto da marinha americana e foi abatido ao sobrevoar o país inimigo.
James ficou sete anos como prisioneiro de guerra dos vietnamitas.

Durante os longos anos de cativeiro, ele alimentou sua mente com os ensinamentos do filósofo que ele decorou de um livro que ganhou do pai, antes de ir para a guerra.

Seguiu as lições de Epíteto, manteve o controle mental e decidiu pela libertação no longo prazo do que pela rápida destruição.

Tudo passa, espero que você fique bem!
 

*Palestrante, Consultor e Fundador do Blog do Maluco.

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