Bancada do MDB tentará impedir impeachment de Pimentel

01/05/2018 às 19:04.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:37

“O desejo da bancada mineira é continuar com Pimentel”, a frase é de uma liderança do MDB estadual e reflete a divisão por que passa o partido, que pode impactar na aliança com o governador Fernando Pimentel (PT).

Ontem, apenas dois dos 13 deputados estaduais compareceram à reunião do partido para decidir se lança ou não candidatura própria. Os estaduais entendem que seria mais fácil a reeleição aos cargos se não saíssem da chapa. Porém, uma parte considerável do MDB, capitaneada por Newton Cardoso e por prefeitos do interior, conseguiu dar a volta por cima e aprovar a indicação por lançar um nome próprio ao Palácio da Liberdade. E a vantagem foi considerável. Mais de 300 votos contra a dobradinha com o PT e apenas 12 pela manutenção dela. 

O recado está dado. Mas, tem um fator positivo para Pimentel. A ausência dos estaduais mostrou que o processo de impeachment contra ele na Assembleia Legislativa pode não prosperar. Muitos negam, no entanto, há quem diga que a ausência da bancada foi costurada com o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes. O emedebista está em processo de negociação com Pimentel. Avalizou a abertura do impeachment, na semana passada, mas não deu garantias de que ele iria andar. Tudo depende de como o PT tratará o MDB daqui para frente. 

Como a bancada estadual quer manter a aliança e as bases querem a ruptura, possivelmente o martelo só será batido durante as convenções de julho, quando a indicação por candidatura própria será votada. Até lá, o MDB segue com a avaliação diária do quadro. E o PT terá que administrar os pedidos e reclamações da legenda. 

O que se sabe de fato é que Adalclever prefere ser pré-candidato ao Senado que disputar o Palácio da Liberdade. Mas, para entrar na disputa, precisa que o PT desista de lançar a ex-presidente Dilma Rousseff. Já o grupo de Newton faz um forte trabalho pelo interior para pressionar a bancada estadual a apoiar o voo solo. 

A situação do partido com o PT está desgastada e abalada. Resta saber se Pimentel conseguirá aplacar a insatisfação a tempo. Note-se: ela é crescente.
 

Peregrinação

Os ministros do presidente Michel Temer (MDB) presenciam uma verdadeira peregrinação nos gabinetes. 
São deputados federais que levam prefeitos e projetos debaixo do braço. Os parlamentares querem garantir a reeleição levando investimentos aos municípios. 


Alckmin e o PSD
O PSD deve mesmo apoiar o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pela Presidência da República. A aliança passa por Minas Gerais. 
O PSD deve indicar o vice na chapa do senador tucano Antonio Anastasia, na corrida pelo Palácio da Liberdade. O nome ventilado é o do deputado federal Marcos Montes. 

Críticas de Janot
O ex-procurador-geral, Rodrigo Janot, aproveitou a matéria do jornal O Globo sobre bloqueio de contas de brasileiros acusados de corrupção, no exterior, para criticar o governo Temer. No Twitter, ele escreveu: “temos quase mil contas bloqueadas da Suíça com valores que chegam perto de um bilhão de dólares. Embora pedido pelo MP Suíço há mais de ano e meio jamais conseguimos formar uma ECI - Equipe Conjunta de Investigação - por pura inapetência do Executivo, a autoridade central”.

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