Abrir as escolas ou não?

11/06/2021 às 17:18.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:09

A maioria dos estudantes de Belo Horizonte já está há 15 meses sem aulas presenciais e o dano intelectual causado por isso pode ser desastroso. O primeiro deles é o aumento da disparidade entre alunos da rede pública e privada. Na rede particular existem mais condições financeiras e recursos tecnológicos tanto por parte das famílias quanto por parte das instituições, sem contar que a maioria delas já retomaram aulas presenciais ou híbridas.

A maioria dos países do mundo reabriu total ou parcialmente as escolas, mas ainda busca estratégias para que elas não tenham de ser fechadas novamente caso haja piora nos números.  Dados da Unesco mostram que 80% dos países estão com atividades escolares presenciais desde fevereiro. O Brasil, que é um dos locais do mundo com mais tempo sem aula, inicia movimento de reabertura das escolas, mas, infelizmente, por aqui isso não é prioridade como nos países desenvolvidos.

Enquanto muitos governantes desviam verbas, vacinas, fazem politicagem e usam a doença para se promover, vidas são perdidas, a economia prejudicada e crianças ficam sem escolas. Os danos causados pela pandemia ou pela irresponsabilidade de muitos políticos serão percebidos ao longo de décadas! É bem provável que muitas escolas passem alunos de ano sem que haja uma boa absorção do conteúdo. Isso nos dá a impressão de uma rápida volta à normalidade, mas a qualidade do ensino que no Brasil já era baixa, ficará ainda pior agora. O que será dessas crianças e adolescentes quando se formarem, entrarem numa faculdade ou no mercado de trabalho? O conhecimento e a educação transformam vidas, mas simplesmente “passar de ano” não significa sucesso nem para o aluno, nem para a instituição.

Em Belo Horizonte, agora que os professores foram vacinados com a primeira dose, precisamos encarar a retomada das aulas como prioridade! A Defensoria Pública cobrou do município a implementação de um sistema de aulas remotas online ou híbridas na rede municipal de ensino, caso não seja possível o retorno das aulas presenciais de forma segura. Com 15 meses de pandemia, já deveríamos estar preparados para isso!

Como relator da CPI da Covid em BH sigo acompanhando e analisando de perto todas as ações da prefeitura com relação ao enfrentamento de pandemia para que eu possa oferecer aos cidadãos um relatório íntegro e transparente.

Como professor e vereador, reitero aqui meu compromisso com a educação e o retorno às aulas de forma justa, igualitária e segura para alunos, famílias, professores e colaboradores.


 

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