O aperto do ano

26/01/2021 às 19:55.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:01

Estamos desembarcando atropeladamente no segundo mês do penúltimo ano do quatriênio de Jair Messias Bolsonaro. Quando chegarmos ao ocaso de 2021, apenas registraremos o fim do trágico período da pandemia do coronavírus, que terá consumido milhares de vidas mais, além das quase 220 mil até aqui computadas. Quantas serão?

Em termos de reformas, o Brasil contabilizou até aqui a da Previdência, porque as demais poderão vir – ou não – a partir das confusas articulações políticas que ora se fazem e que compreendem já a eleição para as mesas do Senado e da Câmara dos Deputados.

O fim da pandemia, em tempo incerto, não será o término de todas as mazelas que carregou consigo. Verdadeiramente, será a partir deste ano que mais se sofrerão as danosas consequências da maior e mais grave de quantas a antecederam na história. A humanidade, que tanto já padeceu e se afligiu em 2020, muito ainda sentirá as repercussões dramáticas que o vírus legou. É momento de muita dor e sacrifício, que repercutirá em todas as atividades humanas. Os erros administrativos e políticos cometidos no Brasil até aqui poderão atingir seu limite máximo.

Enfim, quando ocorrerá a reforma administrativa? E a tributária, sem a qual nada se conseguirá de mais duradouro na vida brasileira? Como se comportará a nação em termos de relações internacionais, após a saída de Trump da Casa Branca e da submissão do Planalto a suas posições? Como comportará o Brasil em face da China, há uma década nosso principal parceiro comercial? E as privatizações quedarão apenas em promessas? Não por menos, o presidente da Eletrobrás pediu o boné e se foi.

Onde, como e quanto, a nação irá conseguir vagas de trabalho para 15 milhões de brasileiros ora disputando restos de comidas ou vivendo graças a instituições religiosas e a ajuda, em cestas básicas, de empresas e pessoas? Haverá um novo auxílio emergencial, que tanto amparou pessoas durante a perda de alimentos pela pandemia? Onde levantar fundos para cobrir a elevada despesa, que beneficiou mais de setenta milhões de domicílios?

O presidente se explicou: “O Brasil está quebrado. Não posso fazer nada”. Mas a nação, que comemorará seu segundo centenário de Independência no ano vindouro, precisa de alento de seu povo, do discernimento de seus dirigentes para alcançar pelo menos com tranquilidade efetiva os dois séculos de autonomia oficial. Resta muito a fazer.

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