O tempo passou

03/10/2020 às 16:16.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:42

Seis meses atrás, em 20 de março, em meio à chegada da pandemia ao Brasil. Minha vida foi colocada de cabeça para baixo, por uma convocação do governador. Renunciei a meu mandato de vereador. Abandonei a disputa pela prefeitura de BH. Assumi a Secretaria Geral do Estado para inaugurar um trabalho de coordenação e alinhamento institucional do Governo de Minas.

Sempre me gabei da minha disposição para o trabalho, mas nunca imaginei que fosse possível trabalhar tanto. Atuando em interface com todos os demais secretários, a variedade de temas e a proximidade com o governador no exercício diário de empurrar a máquina pública e tentar fazer com que ela seja mais rápida e mais leve, representam um desafio enorme e, ao mesmo tempo, uma oportunidade espetacular. Mas de alguma forma isso já estava escrito...

Dois anos atrás, em 7 de outubro de 2018, eu estava ao lado do governador quando ele concedia a primeira coletiva após o final do primeiro turno das eleições. Começando com 4% nas pesquisas, anunciávamos que o Novo havia chegado a mais de 40% dos votos, disputando as eleições contra dois ex-governadores. O governador, de quem eu havia sido coordenador político na campanha, acabou se elegendo com mais de 70% dos votos e me designou, três semanas depois, para assumir a chefia da transição de governo.

Na campanha e na transição de Governo aprendi mais sobre Minas do que jamais imaginei, na busca de um diagnóstico do Estado destruído que estava nos sendo entregue e dos desafios emergenciais que deveriam ser enfrentados. Um contato com a realidade política mais brutal do que eu já havia imaginado ser possível. Mas de alguma forma isso também já estava escrito...

Quatro anos atrás, no dia 2 de outubro de 2016, eu fui eleito vereador em Belo Horizonte. Escrevo essa coluna semanal desde então. Já falei muito sobre o que vi e o que vivi dentro da Câmara. Um ambiente inóspito e adversário da boa política. Fui xingado, empurrado e até ameaçado de morte... mas consegui resultados dos quais me orgulho muito. Foi o maior teste de resiliência a que já me submeti. Serviu para a vida e para tudo o que veio depois.

100 anos atrás, os Reis Belgas visitaram BH. E sabe qual a reação disso com tudo o que acabei de contar? Nenhuma... mas na celebração desse centenário o Embaixador Belga disse algo interessante: “Não gosto de falar sobre o passado, quando temos tantos temas a discutir sobre o futuro. Mas alguns fatos, do passado precisam ser lembrados, pois eles dizem respeito ao futuro.”

  

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