Jovens e dúvidas

26/06/2020 às 21:20.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:53

Na semana passada, este jornal publicou uma matéria que me preocupou. O texto diz que segundo pesquisa realizada pelo Conselho Nacional da Juventude, 28% dos jovens de 15 a 29 anos pensam em deixar os estudos quando as escolas e universidades reabrirem, após pandemia do coronavírus. Os 33.688 jovens que responderam ao questionário são oriundos de todos os Estados. Outro dado da pesquisa aponta que, em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), quase 50% manifestaram dúvida em fazer as provas. Para os organizadores da pesquisa, isso significa um risco ao processo de pleno desenvolvimento da juventude nessa etapa-chave da vida.

O vice-presidente do Conselho, Marcus Barão, comentou que mesmo antes da pandemia, a juventude já enfrentava grandes desafios. Segundo ele, a taxa média de desemprego entre a população de 18 a 24 anos de idade, por exemplo, era de 27,1%, o que significa mais que o dobro da taxa média de desemprego da população em geral, de 12,2%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando a pandemia vem e interrompe o processo educativo, as alternativas apresentadas de educação remota e à distância elevam as desigualdades de acesso à internet, com bandas limitadas e infraestruturas deficitárias. 

A pesquisa apurou que a perda de renda das famílias com a pandemia afeta os jovens nos campos econômico e educacional. Segundo a pesquisa, sete em cada dez jovens relataram que seu estado emocional piorou por causa da pandemia.  A principal preocupação dos jovens durante este momento de pandemia é perder alguém da família (75%), ser infectado pela covid-19 (48%) ou infectar outras pessoas (45%). Trinta por cento dos entrevistados já foram infectados pela doença ou têm alguém próximo que teve covid-19. Os jovens também mostraram preocupação com relação à sobrevivência, à realização de sonhos, de não ficar doente, de não ter ninguém na família morrendo. 

Após a leitura e análise da matéria, percebe-se que os jovens estão vivendo um momento que precisam de muito apoio e orientação das famílias e governos. As porcentagens de jovens em dúvida se retornam às Escolas após a pandemia e os que pretendem desistir do Enem são muito altas. Mas como agir? Creio que por se tratar de um fenômeno recente, os estudos sobre as implicações físicas, econômicas e mentais em decorrência da pandemia ainda são escassos. Por isto, os governos deverão ouvir especialistas e apresentar ações para orientar os jovens. Afinal, eles são o futuro da Nação. 

  

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