Um papo com Papai Noel

22/12/2017 às 16:04.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:24

 Eu já passei há um bom tempo da fase de mandar cartinha para Papai Noel na esperança de ver meus pedidos atendidos mas, se é que o bom velhinho – que anda de renas e trenó e, por isso, escapa das trocas de óleo e das revisões programadas –, tem alguma influência nos “presentes” que o mercado brasileiro recebe, não dá para reclamar de 2017. Talvez (quase certamente) a realidade na Finlândia seja mais favorável, mas estamos evoluindo, embora a listinha para o Natal deste ano ainda seja nada modesta.

É de se aplaudir, por exemplo, que a Volkswagen tenha apostado no novo Polo poucos meses depois de apresentá-lo na Europa, com uma plataforma global que também é a base do Virtus, já mostrado, mas que só poderá ser “desembrulhado” em 2018. Da mesma forma, a Fiat apostou no Argo e traz o Cronos – e o consumidor sabe que a concorrência é a melhor arma para garantir preços mais justos e produtos de mais qualidade. E, para ficar apenas no ramo das novidades, ainda vieram o Renault Kwid, o Chevrolet Equinox, sem contar as restilizações, os motores mais econômicos e modernos. E há bastante coisa boa no forno para chegar nos próximos meses, sinal de maturidade de um mercado que, por décadas, se acostumou com o que havia.

Por outro lado, as montadoras insistem em algumas “travessuras” que fariam Papai Noel pensar duas vezes antes de decidir o que vai deixar nas chaminés das fábricas. Os preços ainda assustam o consumidor, que mantém a sensação de que poderia pagar menos (em alguns casos muito menos). 

E os recalls se sucedem com uma velocidade impressionante, fato tão mais grave considerando que, muitas vezes, o que é alvo de avaliação e reparo ou substituição não são componentes acessórios, mas fundamentais para o funcionamento do veículo, e cuja falha coloca os ocupantes em sério risco. Sem contar a turma que levou bomba nos testes de impacto, oferecendo produtos que fazem bonito em termos de visual e desempenho, mas ficam devendo no mais importante, a segurança.

Isso pra ficar apenas na seara da produção, já que em se tratando do nosso trânsito cada dia mais caótico, haveria muito a pedir. Rodovias e ruas em ótimo estado, sinalizadas, motoristas conscientes, empresas que respeitem os limites de carga dos veículos de transporte, impostos, taxas e pedágios justos e com arrecadação empregada da forma prevista em lei; combustível a preços razoáveis, só para listar o mais importante.

Calma, Papai Noel, eu não seria louco de querer tudo de uma vez só, por mais que fosse justo, merecido e necessário. Sei bem que o saco tem fundo, e que o senhor, com toda a sua bondade, não faz milagre... No mais, um Feliz Natal a todos...

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