Liderança

12/04/2018 às 21:36.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:19

Tio Flávio*

Hoje abordaremos a liderança, com a ajuda da escritora e palestrante Lígia Fascioni, que buscou inspiração no John Maeda. diretor da maior e mais tradicional escola de design dos EUA, a Rhode Island School of Design. Lígia relata que, “apesar de ser um sujeito de múltiplos talentos”, esse engenheiro japonês era um pacato professor do MIT (Massachussets Institute of Technology) e nunca tinha assumido um cargo de tanta responsabilidade.

Maeda sabia que o que mais gosta de fazer na vida é aprender, mas saiu de sua zona de conforto para descobrir, on the fly, o que é ser um bom líder. Diz ele que está aprendendo até hoje e, generoso como os líderes devem ser, compartilha o que vem testando, praticando e avaliando no livro “Redesigning Leadership”, escrito com a colega Becky Bermont.

Na obra, ele compartilha certo desconforto, pois além de até então ter trabalhado prioritariamente sozinho, reconhece que líderes não são muito respeitados no meio criativo porque evocam uma ideia de autoridade. Então se viu no lugar da pessoa que, tradicionalmente, designers e artistas costumam criticar. Mas ele aprendeu com seus pais e alguns mestres japoneses que o trabalho fica mais bem-feito quanto mais se empenha apaixonadamente em fazê-lo. Maeda mergulhou de cabeça no aprendizado.

Para entender na prática como a instituição funcionava, serviu lanches na cafeteria, ajudou a carregar a bagagem de novos estudantes, levou comida para o pessoal da segurança, almoçou na cantina .

Como tecnologista, Maeda compreendeu que mais importante que ser transparente é ser claro e assertivo. De quebra, compartilha uma dica preciosa que ganhou de um antigo mestre: sempre que explanar um conceito, continue a explicação com a frase “por exemplo…”. Como professor, entendeu que precisava formar um time e a visão precisaria ser clara e atrativa o suficiente para que as pessoas quisessem, de coração, fazer parte. E que para ser bom líder é preciso também ser bom seguidor. Finalmente, compreendeu que liderar implica tomar decisões que podem ferir (ele foi obrigado a demitir pessoas) e intuiu que havia informações que ele podia compartilhar com o grupo abertamente e outras não. E que a melhor maneira de decidir sobre isso era ouvir, ouvir, ouvir, ouvir sempre.”

*Palestrante, professor, autor de livros e idealizador do Tio Flávio Cultural
 

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