A peça que faltava

29/03/2018 às 17:55.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:05
 (Bruno Cantini/Atlético/divulgação)

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Bruno Cantini/Atlético/divulgação / N/A

  

Luan volta, marca, pede a bola, distribui, tabela pela direita e pela esquerda e aparece no ataque com perigo. Ele é onipresente, estando em todos os lugares do campo. Para chegar ao gol, a pelota inevitavelmente passará por ele, na linha de trás ou de frente.

É como um pedido de bênção, como se aquele gesto em que estende os dois braços para frente, apontando o lugar onde deve estar a bola, representasse uma senha para que a graça seja concedida e o desenlace do gol cumprido como manda o figurino.

Um papel vital no time do Atlético que ele reconquistou após conviver com lesões e quase abandonar o futebol. Símbolo do Galo, pelo o que tem de garra e amor à camisa, o seu bom momento coincide com a evolução da equipe nesta temporada.

Errada ou não, e o tempo logo irá dizer isso, a impressão é que Luan era a peça que faltava para o Atlético deslanchar neste 2018. E o clássico deste domingo será um ótimo termômetro – afinal, o Menino Maluquinho não estava no primeiro confronto do ano.

Como o mercúrio usado nos aparelhos de medir temperatura, ele estabeleceu uma liga que, até então, não existia no time. Para quem estudou Química na escola, lembra que o metal é um grande catalisador de reações. Na indústria, tem papel explosivo.

Percorrendo vários lugares do campo, é como se ele se desdobrasse e conduzisse aquela eletricidade (o mercúrio é muito bom para isso) que tanto faltava no time em anos anteriores. Não por acaso, é chamado de motorzinho do time, sendo a faísca que inicia a combustão.

Com Luan em plena forma, o técnico Thiago Larghi parece ter, finalmente, os seus 11 titulares. Patric também se encaixou, Adilson tem sido um eficiente cão de guarda, Cazeres voltou a jogar bola e a defesa, ainda um ponto frágil, não tem levado gol.

Não tem reservas à altura? Sim, mas basta lembrar que, em 2013, o banco era composto por nomes como Neto Berola, Richarlyson, Michel, Rosinei, Gilberto Silva, Lucas Cândido e Leleu. Com potencial para mudar o jogo, somente Guilherme e o próprio Luan.

E quando, na campanha da conquista da Libertadores, os reservas precisaram entrar em campo, não comprometeram devido ao espírito de luta que contaminou aquela equipe. Mesmo espírito que queremos ver agora, inspirado pelo inesgotável Luan.

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