Liquidações e pepinos

30/01/2020 às 18:30.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:29

Marcelo Zambrana/Lightpress / N/A

  

Com a notícia da contratação de Rafael, o bom reserva do goleiro Fábio, o Atlético finalmente entrou na Blue Friday, a “liquida Cruzeirô” iniciada após o rebaixamento para a Segunda Divisão. Já saiu jogador para todo lado, do atual campeão brasileiro Flamengo, passando por Grêmio e Athletico-PR, ao Bragantino, time que ganhou asas para contratar com o patrocínio de um energético, possível destino do nosso Cleiton.

Num mês que já teve de tudo, de cerveja batizada à chuva do Acaba Mundo (nome, por sinal, do córrego que passa pelo Sion), o Galo fez o estilo mineirinho, fingindo não olhar para o outro lado da Lagoa da Pampulha. Quando o rival parece ter arrumado a casa, só sobrando o Fred para contar história, o alvinegro dá um lance no leilão cruzeirense justamente numa posição que não era uma das mais carentes do grupo atual.

A possível vinda do jogador dá um nó na cabeça de jornalistas e torcedores. Afinal, Michael se transformou num paredão, não levando nenhum gol em três jogos pelo Campeonato Mineiro. E com Victor, o São Victor, no banco, é possível imaginar que os dirigentes não estão levando muita fé no número 1 da conquista da Copa Libertadores de 2013 e da Copa do Brasil de 2014, após passar o segundo semestre de 2019 fora de combate.

O que é mais incrível é liberar Cleiton, que caiu nas graças da exigente torcida atleticana, para o Bragantino. Parece negócio de turco (e olha que o Kalil nem dá as cartas mais por lá): mandar embora uma grande promessa do futebol brasileiro para trazer um goleiro rodado (bom, mas de muitos serviços prestados), achando que está saindo no lucro. Pode parecer OK agora, mas se Cleiton aparecer com a camisa do Barcelona, daqui a três anos, a choradeira vai ser geral.

Vamos, como consolo, querer ouvir Cleiton elogiando o time que o valorizou, mas a verdade é que ele não teve chance, com a campanha pífia do ano passado, de criar uma grande identificação com a Massa. Claro que torceremos para que esse troca-troca na meta atleticana dê certo; mas se não der, fica novamente o exemplo da Turquia, onde é possível ver, na rua, um habitante deliciando-se com um pepino, com casca e tudo. 

A digestão depois, como bem sabemos, pode não ser tão fácil.

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