Nosso Tupãzinho

26/08/2018 às 19:58.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:07
 (Bruno Cantini/Atlético/divulgação)

(Bruno Cantini/Atlético/divulgação)

Bruno Cantini/Atlético/divulgação / N/A

 O placar estava em 2 a 1 para os mexicanos do Tijuana quando Cuca pôs Luan em campo, no lugar de Bernard, já nos acréscimos da partida.

Não dava tempo para praticamente mais nada, mas o Menino Maluquinho garantiu ao técnico do Atlético que marcaria o gol de empate.

Não deu outra. Em seu primeiro lance, se atirou ao ataque e recebeu passe de Tardelli, se desvencilhando de dois zagueiros até disparar para gol.

Naquele jogo das quartas de final da Libertadores, conhecemos o atacante voluntarioso, aguerrido e símbolo da raça atleticana.

O Luan de 2018 é o mesmo de 2013, capaz de sair do banco de reservas e mudar a cara de uma partida que estava encardida.

Na derrota para o Vitória, ele entrou em campo e aumentou as possibilidades do Galo, que só não marcou devido à falta de pontaria dos companheiros. 

Não sei quem determinou que ficar na reserva é uma espécie de castigo, porque sair do banco e definir uma partida é uma forma de consagração.

Por mais que Luan peça reconhecimento e almeje um lugar entre os 11 titulares de Thiago Larghi, ele é como o nosso Tupãzinho.

Para quem não se lembra, o “Talismã da Fiel” fez a maior parte de suas partidas pelo Corinthians saindo da reserva.

Era como uma arma secreta para pegar os inimigos de surpresa, saindo dos pés dele o gol decisivo do Campeonato Brasileiro de 1990.

Tupãzinho é, até hoje, celebrado pelos torcedores, já que aquele título foi o primeiro do Corinthians no certame nacional.

Não é todo time que tem uma carta na manga como Luan para mudar, em emoção, entrega e talento, a feição de um jogo.

É esse Luan que queremos. Não aquele que, apesar da combatividade de sempre, fará mera figuração em mais uma derrota atleticana.

Precisamos de um MM inteiro, do talismã mineiro, e não algo como aquelas pilhas que, sem avisar, se esgotam por completo.

Engenheiro eletricista, meu primo Valdo já alertou mais de uma vez lá em casa que não pode deixar pilha no aparelho além do tempo necessário.

Segundo ele, acontece um tipo de vazamento de pasta ácida, imediatamente comprometendo os frágeis componentes eletrônicos.

Luan está muito longe de ser o Duracell do coelhinho rosa que bate um tamborzinho sem parar no inesquecível comercial dos anos 80.

Futebol também se vence com estratégia e o atacante é, sem dúvida, o nosso 12º jogador, nome certo para incendiar uma partida, assim como Tupãzinho fazia.

O corintiano ganhou o apelido por conta da sua origem e de seu tamanho. Como Luan, era pequeno na estatura e crescia nos momentos decisivos.

Coincidentemente, os dois saíram de Sorocaba para brilhar em times alvinegros. Agora só falta a Luan tirar o Atlético de um jejum quase cinquentenário. 

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