Sin spacio

05/07/2017 às 13:05.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:23
 (Bruno Cantini/Atlético/Divulgação)

(Bruno Cantini/Atlético/Divulgação)

Bruno Cantini/Atlético/Divulgação / N/A

  

Lucas Pratto vendido. Otero no banco. Erazo praticamente fora dos planos de Roger Machado. Só há um nome estrangeiro em alta no Galo nesta temporada: Cazares, o meia equatoriano que teve participação decisiva na vitória sobre o maior rival, comandando a virada atleticana no Independência.

Apesar dessa bola toda de Cazares, os “gringos” nunca estiveram tão em baixa como agora. O que pode até ser bom, se lembrarmos que, em 2012 e 2013, do grupo que foi duas vezes campeão mineiro, vice do Brasileiro e campeão da Libertadores, só se falava um português sem sotaques.

O Atlético só virou essa Babel após a chegada do argentino Dátolo, no segundo semestre de 2013, e de seu compatriota Otamendi, no início de 2014. Depois vieram o colombiano Cárdenas, o argentino Pratto, os equatorianos Erazo e Cazares e o venezuelano Otero.

Até mesmo nos reforços de meio de temporada, essa volta ao idioma original se faz perceber. Veio Blanco, nome que nos remete a um lendário atacante mexicano, que nada tem de estrangeiro. Sem falar em Valdivia, homônimo do craque chileno que, na verdade, tem um Wanderson na certidão de batismo.

Coincidência ou não, o recuo na participação estrangeira no Atlético acontece num momento de colheita de uma excelente safra de talentos saídos das categorias de base. No time titular que encarou o Cruzeiro no domingo estavam quatro deles: Gabriel, Bremer, Alex Silva e Yago.

Além de Cazares e Fred, autor de dois gols, a garotada foi uma atração à parte. Gabriel, cada vez mais seguro e um nome indiscutível na zaga do Galo. Yago fez a sua melhor partida, com muita disposição e apetite no ataque, exibindo polivalência. Alex Silva foi de renegado a uma tardia descoberta.

O lateral voltou do América, depois das contusões Carlos César e Marcos Rocha, como uma espécie de Osmar do desenho animado, aquela fatia do pão de forma que ninguém quer. Aos poucos foi conquistando a confiança da torcida, principalmente após lançamento na medida para Fred, contra o Avaí.

Agora Alex está mais para um pão sovado, cuja massa precisa ser muito trabalhada (sovada) para ganhar a sua característica textura. Na França, o pão sovado é chamado Provence, nome da região onde foi criado. Em Minas, São José. Em outras partes, Tatu, esse o menos apropriado para definir o jogador.

Ao contrário do tatu, Alex não se esconde. Pode até errar um passe ou uma jogada, mas será mais por voluntarismo do que acanhamento. Não se intimida ao fazer lançamento e jogadas de velocidade e vem sendo premiado pela persistência, como no gol de domingo, em que foi até a linha de fundo e cruzou para Fred marcar.

Pode não ser tão bom quanto Marcos Rocha, mas ganhou o seu lugar no time, assim como outros jovens que têm aproveitado as contusões de titulares. Bremer é o mais recente a ganhar uma oportunidade, após uma “zica” na defesa atleticana, que perdeu Felipe Santana, Jesiel, Erazo, Rodrigão e Léo Silva.

Campeão da Copa do Brasil Sub-20, ele é a prova de que o Atlético pode confiar em sua base, tendo sido jogado ao “fogo” ao entrar em duas partidas importantes na ascensão do time nessa fase da temporada – diante de Chapecoense e Cruzeiro. E sem comprometer. Tanto que será titular logo mais, no jogo contra o Jorge Wilstermann.

Ainda com Cleiton no gol, titular contra a Chape, o novo Atlético é uma mescla entre jogadores tarimbados e uma juventude que quer o seu espaço. O que só foi possível com a vinda de Roger Machado para o comando do time. Foi ele quem plantou a semente desse Grêmio que está “voando” em 2017.

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