É crucial para a sobrevivência

10/04/2016 às 15:16.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:52

Luiz Henrique Caveagna e Pedro Torina (*)

O país vive momento crítico. A confiança por parte dos investidores foi por água abaixo, assim como a demanda e os investimentos despencaram. A crise não só provoca retração das vendas, como também impõe a redução de custos. O saldo negativo fica visível sem muito esforço, acendendo sinal vermelho para o aumento do desemprego e para a diminuição da renda, o que reflete em toda a cadeia produtiva.

Recentemente, o IBGE informou que o PIB brasileiro despencou 3,8% em 2015, o maior tombo em 25 anos. E a indústria, que sempre teve grande relevância neste cenário, sobretudo por ser o termômetro da produtividade do país, perdeu grande participação no PIB, caindo de 24% em 2014 para 22,7% em 2015. Não dá para falar em país equilibrado economicamente sem a existência e a sobrevivência deste setor. Manter esse motor em funcionamento é crucial e não é possível fazer isso sem investir, tanto em tecnologia, que proporciona adequação dos custos e melhoria da qualidade de trabalho, como em infraestrutura e, especialmente, em capital humano.

Mas diante de tanta adversidade, qual o momento certo de apostar no mercado? Uma coisa é certa: a crise já está sendo anunciada há algum tempo e a decisão de investimento não pode ser tomada de um mês para outro. É necessário trabalhar de maneira antecipada, acreditar fortemente em retomada da economia e, mais do que isso, estar preparados para quando esse momento chegar.

Não há fórmula perfeita. É hora de repensar paradigmas, rever modelos e mudar estratégias. Há casos de indústrias que fornecem insumos e componentes para outras indústrias, que optam por apostar na verticalização de processos, passando a oferecer produtos que eliminam etapas do processo de produção dos clientes. Outras que decidem atender novos mercados, buscando uma carteira diversificada que as ajude a reforçar as vendas. Em épocas de crise, as empresas precisam ser mais flexíveis e ajustam produção à demanda. A instabilidade afeta todas as pontas. Empresas com histórico de compra estável passam a ter mais instabilidade em seus pedidos, podendo variar em até 70%. Isso dificulta muito o planejamento, pois gera aumento no tempo de adequação na linha de produção, e, consequentemente eleva o custo de fabricação.

De um lado, compradores que não sabem o que, quando e nem quanto irão precisar comprar e de outro, fornecedores que desconhecem o momento em que serão acionados para suprir uma demanda. Enfim, diante de um ambiente de negócios muito mais complexo, é preciso procurar saídas.

O cenário adverso aumenta também a tensão sobre o direcionamento dos investimentos que promovem a sustentabilidade dos negócios. São poucas as empresas capitalizadas a ponto de manter a continuidade dos investimentos, seguindo na direção contrária à crise. As mais sólidas conseguem manter planejamento e aproveitar melhor as oportunidades, conduzindo esforços de forma assertiva. É importante considerar que, em períodos críticos, é preciso ter cautela e evitar imediatismo. Manter o olhar para o cenário de longo prazo.

Mais cedo ou mais tarde, a retomada da economia vai ocorrer. A indústria e nenhum outro setor podem se acomodar com a atual situação. É preciso acompanhar o dinamismo do mercado, manter os projetos de inovação, aumentar a competitividade para ampliar as oportunidades. E nesse contexto, a evolução e a modernização são imprescindíveis.

(*) Diretores de Operações Industriais, respectivamente das fábricas 1 e 2 da Termo[/PE_BIOG][PE_BIOG]mecânica São Paulo S.A.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por