28 anos de confinamento total

Publicado em 02/05/2020 às 09:10.Atualizado em 27/10/2021 às 03:24.

Mauro Condé*

“É necessário você sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós próprios”
José Saramago
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte um excelente livro clássico da literatura.

Ele me levou para a Escócia, em 1723, onde fui recebido pelo escritor Daniel Defoe, a quem fui logo pedindo:

Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
Ele me contou as lições aprendidas para superar um longo confinamento de 28 anos, extraídas de sua obra prima, as aventuras de Robinson Crusoé.

Após sobreviver a vários desastres marítimos sucessivos, o solipsista Robinson Crusoé se viu abandonado em uma ilha deserta, obrigado a remover de seu navio naufragado tudo o que lhe podia ser útil e a construir uma mini fortaleza no interior de uma caverna logo na entrada da ilha que ele apelidou de ilha do desespero.

Quase no final de suas aventuras, salvou um indígena de um ataque numa briga entre canibais intrusos na ilha, a quem batizou com o nome de Sexta-Feira e transformou em seu servo e melhor amigo.

Entre as lições, destaco:
-Medite e faça sua higiene mental todo santo dia.

A pior prisão de todas é a prisão da sua própria mente.

Por pior que seja a situação faça mentalizações positivas.

-Não tenha vergonha se, de vez em quando, você sentir triste e deprimido.

É normal, aguente firme, no final toda crise passa.

-Procure se relacionar o melhor possível com o seu pai.

Não espere ter a idade dele para saber como ele se sentiu durante toda a vida.

Crusoé viveu a vida toda remoendo sentimentos terríveis de remorso e culpa por causa de briga feia que teve com o pai e que motivou sua busca por aventuras pelo mundo.

-Tenha um animal de estimação, em momentos de extrema solidão, ele fará toda a diferença.

Quando deixou o barco naufragado, Crusoé fez questão de levar com ele o cachorro e o papagaio que estavam a bordo.

-Aprenda a se virar sozinho, pois se existe uma coisa que ninguém poderá fazer por você é a sua parte.

Filho de um fabricante de velas, ele passou o maior aperto na primeira vez que precisou produzir fogo para se aquecer e cozinhar na ilha.

-Acredite sempre - ore como se tudo dependesse de Deus e aja como se tudo dependesse só de você.
<CW-7>Inicialmente ateu, ao ver que era o único sobrevivente do naufrágio, Robinson, se ajoelhou e rezou em agradecimento a Deus pela sua vida.

-Querendo ou não, aprenda a se adaptar o quanto antes a todo tipo de mudança.
O grau mais elevado de sabedoria humana é saber adaptar o seu caráter às circunstâncias e ficar inteiramente calmo apesar das tempestades exteriores.

*Palestrante, Consultor e Fundador do Blog do Maluco.
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[MAT_49]<EL5>28 ANOS DE CONFINAMENTO TOTAL

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