Aroldo Rodrigues*
Jovens, universitários, empreendedores e apaixonados pelo que fazem. Esse é o perfil dos jovens que integram as Empresas Juniores. Segundo dados do “Relatório de Identidade 2016” do Portal Brasil Júnior, atualmente no país existem mais de 15 mil empresários juniores com idade média de 21. As EJs, como são comumente conhecidas, tem por objetivo desenvolver pessoal e profissionalmente os acadêmicos que a integram, por meio da vivência empresarial realizando projetos práticos na área de atuação que a empresa é vinculada.
Posso atestar que este desenvolvimento é real. Sou cria de uma Empresa Júnior, a Empresa Junior de Economia da Unimontes – Economontes. A experiência para quem participa é enriquecedora, para a carreira e para a vida. No tempo em que integrei o projeto de extensão sob a coordenação da professora Elbe Brandão, fizemos vários projetos que colocavam em prova habilidades e competência ainda pouco exploradas. A responsabilidade com prazos, preparação de apresentações para clientes, negociar preços e condições eram atividades estranhas para o mundo acadêmico que estávamos acostumados, mas necessárias para o sucesso no ingresso do mercado de trabalho.
Com a execução dos trabalhos aprendemos, ainda que de forma involuntária, como o “mundo real” funciona. Digo mundo real porque muitas vezes sou crítico do modelo de ensino atual nas universidades, onde o foco é quase que total para o ensino teórico. A grade de economia, por exemplo, da maioria das universidades está focada em cadeiras teóricas, repassando conhecimento que dificilmente será utilizado pelo aluno.
Eu entendo e respeito a importância destas matérias, mas acredito que o mercado atual exige outro tipo de profissional. O mercado procura aquele profissional que sabe resolver problemas, que é proativo, que está acostumado a lidar com situações que exigem raciocínio lógico. E nesses pontos o aluno que sai de uma EJ se destaca, afinal, no período que esteve ali esse foi o seu dia a dia. A Empresa Junior não é uma boa experiência somente para os estudantes, o empresariado descobriu que as EJs são fontes de soluções eficazes e de baixo custo.
*Economista