A favor da vida

26/09/2016 às 20:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:59

Luiz Augusto de Souza*

A vida é bela! Contudo, será que todos têm essa percepção? Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, 32 brasileiros tiram a própria vida diariamente. Vítimas de depressão, álcool, drogas, dificuldades em lidar com pressões familiares, sociais, ou mesmo com mudanças, estão entre os mais vulneráveis em cometerem um crime contra si próprio. Dependendo da situação, a pessoa não visualiza soluções para os problemas. Contar com alguém para conversar e ter em mente que não está sozinho são situações importantes para ajudar no resgate do amor próprio.

Os dados são alarmantes e é preciso consciência para mudar essa realidade. Mais de 90% dos casos poderiam ser evitados. Ao contrário do que muitos acreditam, quem está em dificuldade pede ajuda, mesmo que indiretamente. Contudo, para começar a efetivar essa mudança, é preciso falar sobre o assunto. O tema ainda é considerado um tabu e não está presente nas conversas entre pais e filhos, grupos de amigos, escolas, consultórios médicos, entre outras situações. O silêncio tem de ser quebrado para o assunto ser introduzido no cotidiano e as pessoas tenham consciência da preciosidade da vida.

Muitos ainda não sabem como identificar, prevenir e pedir ajuda. É quase improvável pensar que alguém está sozinho em plena era da globalização. Ao mesmo tempo em que se colecionam milhares de amigos virtuais, as relações interpessoais ficam cada vez mais sensíveis. Um exemplo do modelo de prevenção é o Centro de Valorização da Vida (CVV). A principal atividade da organização é o Programa de Apoio Emocional. O serviço é gratuito e os voluntários estão à disposição para escutar qualquer pessoa.

Em apoio ao “Setembro Amarelo”, sugerimos que as pessoas usem a cor amarela em roupas e adereços, enfeitem casas, praças e monumentos com a mesma cor para apoiar essa causa e contribuir para acabar com a vontade de encerrar a própria vida. Conversar sobre o assunto para derrubar mitos e quebrar tabus é uma forma importante de evitar novos casos e aumentar os índices de valorização da vida.

(*) Coordenador do Centro de Valorização da Vida (CVV-BH)

 

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