A força do cooperativismo

03/07/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:08

Marcelo Mergh Monteiro*

Após quase uma década da grande bolha imobiliária que eclodiu nos EUA, em 2008, e se alastrou pelo mundo, diversos outros países dão sinais de alerta e uma nova lógica política e econômica arrisca-se a ser desenhada no continente mais rico do mundo, a Europa. 

A votação do referendo, que coloca em cheque a permanência do Reino Unido na União Europeia, é um exemplo recente de como as relações estão enfrentando um período de turbulência no todo. 

Responsável por um sexto da economia do continente europeu, o Reino Unido é o berço do cooperativismo, um modelo de organização social e trabalhista criado no século 18 e que segue em crescimento até hoje, como contraponto à lógica capitalista. 

A filosofia, que tem seu dia internacional celebrado sempre no primeiro sábado de julho, se organiza por meio de uma instituição formal, a cooperativa, e tem como preceito básico estabelecer regras, normas e princípios próprios praticados com o intuito de respeitar os valores do ser humano, voltando-se para diversos setores da economia, como saúde, alimentação, transportes, entre outros. 

No Brasil, segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), atualmente são mais de 7 mil cooperativas que empregam cerca de 360 mil pessoas. Os números são inferiores aos países europeus. Na Noruega, por exemplo, dos 5,2 milhões de habitantes mais de 2 milhões são cooperados. 

Todavia, o cenário vem se transformando. Entre 2013 e 2014 houve aumento de 7,4% nos postos de trabalho com carteira assinada entre as cooperativas espalhadas pelo país.

Minas Gerais apresenta números representativos na esfera cooperativista. O Sistema Ocemg possui 792 cooperativas registradas, o que equivale a 11,1% do número total do país. Com uma participação anual de 6,4% no PIB mineiro, o setor, que agrega 1.282.665 cooperados e 35.699 empregados, é responsável por uma movimentação anual de R$ 32,9 bilhões. 

O sistema cooperativista se apresenta como uma alternativa de desenvolvimento sustentável e equilíbrio econômico para o Brasil.

(*) Médico proctologista e Presidente Executivo da Unimed Federação Minas

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