Viator Ferreira Reis Filho*
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) indicam que deve dobrar no Brasil a população acima dos 60 anos de idade até o ano de 2042, em comparação com os números de 2017. De acordo com o levantamento, o país tinha 28 milhões de idosos no ano passado, representando 13,5% do total da população. Em dez anos, chegará a 38,5 milhões – 17,4% do total de habitantes.
Com o envelhecimento da população cai o padrão de fecundidade, que é determinado pelo aumento na quantidade de mulheres que engravidam entre 30 e 39 anos e pela redução da participação de mulheres entre 15 e 24 anos.
No futuro teremos uma diminuição no número de crianças e o número de idosos aumentará, o de crianças de 0 a 9 anos deve cair nas próximas décadas. Hoje, essa faixa etária representa 14% da população.
A queda na taxa de mortalidade, a melhoria das condições de vida, o avanço tecnológico e o aumento da expectativa de vida ao nascer começaram a alterar a estrutura etária da população, aumentando o grupo de terceira idade. No entanto, essas transformações nem sempre são acompanhadas de modificações no atendimento às necessidades desse grupo populacional. A saúde bucal é fundamental para a manutenção da qualidade de vida do idoso; é importante enfocar o papel da odontogeriatria, especialidade odontológica.
A odontogeriatria exige uma multidisciplinaridade profissional, pois é humanamente impossível atender consciente e adequadamente sem procurar consultar, conversar, aconselhar-se com todos os colegas que tomam parte na atenção integral aos idosos, estejam eles vivendo em suas casas – sozinhos ou com a família–, casas de repouso, programas de assistência domiciliar, instituições governamentais ou mesmo internados em hospitais.
O cirurgião dentista, com conhecimentos de clínica geral e prevenção, pode dar um apoio importantíssimo para uma melhor condição mastigatória aos idosos. Uma melhor mastigação garante uma nutrição mais adequada, reduzindo a necessidade de ingestão de medicamentos para suprir carência de vitaminas e proteínas, além de reduzir a chances de doenças decorrentes e influenciadas pela desnutrição ou de trânsito estomacal.
Não podemos deixar de salientar o benefícios para a estética facial. A manutenção dos dentes naturais em bom estado e das próteses bem adaptadas e funcionais permite o resgate da auto-estima, possibilitando ao idoso maior interação social e participação no mercado de trabalho. Portanto, a saúde bucal garante uma maior expectativa de vida e com qualidade inquestionável.
(*) Professor Mestre em Clinica Odontológica- Diagnóstico Bucal, Professor de Anatomia Humana Faculdade Promove Curso de Odontologia