A medicina e o prazer sexual feminino

31/07/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:48

Nesta segunda-feira, 31 de julho, Dia do Orgasmo, serve para lembrar que a vida sexual tem impacto na saúde, na satisfação e no bem-estar das pessoas. Entretanto, falar de sexo e aproveitar o saudável prazer proporcionado por ele ainda é um tabu em nossa sociedade, principalmente no caso das mulheres. 

Apesar de boa parte delas já estar superando padrões sociais que remetem ao passado, a tensão sobre a temática é comprovada com números. Segundo uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), 55,6% das brasileiras têm dificuldade de sentir o clímax da relação. O levantamento ouviu 3.000 participantes, entre 18 e 70 anos, de sete regiões metropolitanas do país: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Porto Alegre e Distrito Federal.

Entre as várias causas apontadas para não se ter um orgasmo durante o sexo, 67% das entrevistadas responderam que têm dificuldade para se excitar, e 59,7% disseram sentir dor durante a relação.

Se por um lado parte de nossa sociedade ainda insiste em negar que sexo – seguro, feito com responsabilidade – faz parte de nosso dia a dia, por outro, a medicina avança e oferece recursos que favorecem o prazer feminino. Existem procedimentos e técnicas feitas em consultório médico – dermatológico, por exemplo – em que as pacientes podem resgatar ou até desenvolver estímulos do prazer sexual.

Entre os procedimentos mais usados na atualidade estão os aparelhos de laser e radiofrequência, que têm o poder de estimular a formação de vasos e nervos na região íntima, aumentando a sensibilidade. Assim como o laser, existe a aplicação de células de crescimento, procedimento conhecido nos Estados Unidos como “Oshot” (ou “tiro do orgasmo”, traduzido para o português).

Já o preenchimento do chamado “ponto G” é feito com ácido hialurônico, ativo que existe naturalmente em nosso organismo e promove hidratação. Essa é uma das mais eficientes, seguras e modernas técnicas não-invasivas. É aplicada na região onde há maior número de terminações nervosas dentro do canal vaginal. Dessa forma, intensifica a sensação de prazer no ato sexual.

Há, também, a hidratação injetável, que não é invasiva, e promove hidratação de dentro para fora da região íntima feminina, com o objetivo de melhorar a lubrificação, devolver brilho e maciez à área. Também é feita com ácido hialurônico, mas não há efeito de preenchimento. São pequenas injeções do ácido abaixo da pele, em um tratamento que pode ser feito interna e externamente. São indicadas de uma a três sessões. O ponto alto do procedimento é ser praticamente indolor e não retirar a paciente de suas atividades normais.

Se a medicina trabalha constantemente para proporcionar bem-estar, qualidade de vida e satisfação às pessoas, cabe também à sociedade caminhar com esses avanços, superando tabus e conceitos ultrapassados. A aceitação da participação e do espaço feminino no âmbito do sexo merece cada vez mais atenção.

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