Vandeir Messias Alves*
O candidato “ninguém” foi o grande vitorioso nas eleições municipais, em especial Minas Gerais. A sensação de que é preciso mudar e tirar quem está no poder e não resolve os problemas da população está latente. Agora é um momento ímpar de refletir e traçar um novo paradigma para a política brasileira.
O povo não aceita mais o coronelismo, as velhas doutrinas dos partidos políticos, sejam eles de direita ou de esquerda, ou de centro. Ninguém mais, ou pelo menos a maioria, vota por ideologia partidária. Percebe-se que o voto atual é aquele movido pela indignação.
É preciso repensar os antigos dogmas políticos, a velha maneira de fazer política com conchavos, loteamento da máquina pública, aquela máxima “você me apoia e te dou alguns cargos”. A população percebeu também que tem poder e voz. E essas últimas eleições provaram isso. O voto pode realmente mudar a história de uma cidade, Estado, do nosso país. Seja para o bem ou para o mal, mas a população está fazendo a mudança.
A vontade de arrancar as ‘ervas daninhas’ do poder – de tirar aqueles que por um tempo teve o poder nas mãos e nada resolveu, ou pior, se envolveu em escândalos de corrupção – é tão grande que o voto de protesto fez alguns candidatos – com mandato ou grande suporte partidário – perderem a eleição para eles mesmos. O povo não é tão manso como se imaginava.
O gigante havia acordado em 2013 e pensou-se que tivesse voltado a hibernar. Mas, parece que não. Aos poucos, ele vai acordando novamente, indignado, resolvendo o futuro como deve ser: com o voto. Parece que o povo não tem sido mais enganado com propagandas políticas emotivas e obras eleitoreiras.
As pessoas se cansaram e estão descrentes; e para não viver o mesmo novamente, têm escolhido o novo, mas não um novo jeito de fazer política, ou um novo partido, mas um novo líder. Foi isso que vimos em boa parte das cidades mineiras. E será que esse novo é realmente uma nova maneira de governar, de fazer política? Que venha 2017.
(*) Presidente da Força Minas e do SindLuta