A qualidade caiu na política

15/10/2018 às 21:24.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:58

Aristóteles Drummond* Comparando o histórico de nossas eleições na segunda metade do século passado com as atuais, choca a queda na qualidade dos políticos em disputa. Parece que vivíamos em outro país. Logo em 1950, disputavam a presidência o Brigadeiro Eduardo Gomes, de reputação ilibada, o correto político mineiro Cristiano Machado e o estadista Getulio Vargas, que voltou ao poder nos braços do povo a que serviu com correção por 15 anos. Eleição em alto nível.  Em 1955, a disputa também se deu entre brasileiros ilustres e respeitados. Foram eles: o Marechal Juarez Távora, profundo estudioso dos problemas nacionais; o intelectual Plínio Salgado, criador do Integralismo e membro da famosa Semana da Arte Moderna; o ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros, autor das primeiras grandes obras públicas do Brasil, nas rodovias e no Hospital das Clínicas, até hoje o maior de São Paulo; e o governador de Minas e ex-prefeito de Belo Horizonte JK, que venceu o pleito.  O Senado, naqueles anos, reunia o que existia de ilustre no Brasil. Do Rio, então capital, tínhamos homens da dimensão de Benedito Valadares , Artur Bernardes Filho; da Bahia, Luiz Viana Filho; do Rio Grande do Norte, Dinarte Mariz e assim por diante.  Em 1960, a qualidade começou a cair com o inacreditável Jânio Quadros, que venceu o medíocre Marechal Lott, e o ex-governador Adhemar de Barros, candidato mais uma vez. Mas os estados elegeram ainda uma boa safra, com Carlos Lacerda, na Guanabara, Magalhães Pinto, em Minas, e Ney Braga, no Paraná.  O período militar aproveitou grandes valores, mas cometeu o grande erro de não cuidar da renovação, da criação de novas lideranças. Afinal, no final do período, os líderes de então já estavam aposentados ou muito idosos.  A Constituinte ainda abrigou notáveis. Entre eles: Roberto Campos, Bernardo Cabral, Ibrahim Abi-Ackel, Amaral Peixoto, Osanan Coelho, Bonifácio Andrada, Milton Reis Nelson Carneiro, Marco Maciel entre outros.  Hoje, infelizmente, o eleitor está diante de uma lista de poucos a merecer a recondução - mas o há, ainda bem. Poucos nomes verdadeiramente novos e muitos controvertidos que já passaram por governos. Uma tarefa de alta responsabilidade e poucas opções confiáveis. O Brasil não merecia isso!!!  

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por