A volta do redentor

10/03/2017 às 17:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:41

Aristoteles Atheniense*

Na semana que passou, veio a lume um manifesto tido como voluntário subscrito por afeiçoados do petismo, sustentando a necessidade do retorno de Lula ao Planalto.

A proposta, sob o título “Por que Lula?”, dava os motivos capazes de justificar a volta do líder trabalhista como sendo o único meio que livraria o Brasil da convulsão que atravessa. Foi assinada por Chico Buarque, Leonardo Boff, João Pedro Stédile e outros acólitos daquele que reuniria predicados para sairmos da enrascada que ele promovera.

No entendimento dos subscritores da proposição, a esta altura, não há mais que se cogitar da “Lei da Ficha limpa”, que se tornou uma ficção. Foi substituída pela corrupção passiva, pelo tráfico de influências, lavagem de dinheiro e outras trapaças instituídas pela liderança trabalhista.

Embora Lula, a princípio, não se declarasse candidato, não lhe faltaram apoiadores que se dispuseram a percorrer o país sustentando o refrão de que o “chefe” é vítima de Sérgio Moro, de perseguições políticas e da imprensa, que tudo fazem para torná-lo o responsável pelo descalabro a que chegamos.

Assim, o fato de Lula responder no momento por cinco processos não seria bastante para colocar em risco a sua candidatura. Essa tem por suporte o lema “Justiça para todos e para Lula”, aliado ao fato de que há um desejo patente dos brasileiros para que ele retorne ao comando do país que destroçou.

Mas, antes que isso ocorra, será necessário que a sua candidatura seja sacramentada pelas diferentes tendências do PT, enfrentando a pretensão de outros dirigentes partidários, como Lindberg Farias e Valter Pomar.

Alguns diretores do Instituto Lula resistem à sua aspiração, advertindo que, com o surgimento da Lava Jato, a receita do Instituto caiu, o mesmo ocorrendo com a LILS, empresa pessoal responsável pela contratação de suas palestras.

Outro argumento de caráter sentimental passou a ser explorado: antes da morte de Marisa Letícia, em fevereiro, esta sustentava a necessidade de o marido reassumir o comando do PT, para pavimentar a sua volta à Presidência da República...

(*) Advogado e Conselheiro Nato da OAB, Diretor do IAB e do IAMG e Presidente da AMLJ

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por