Aroldo Rodrigues*
Com toda esta crise econômica pela qual passamos nos últimos anos, aprendemos a ficar ainda mais atentos aos indicadores mensais, sempre com a esperança de que sinalizassem a tão sonhada retomada da economia. Desde o início do ano, temos acompanhado mês a mês a queda da inflação, recuperação da indústria, serviços e comércio. Que provocou reflexos positivos na contratação do mercado de trabalho formal.
A questão é que os dados de agosto divulgados pelo IBGE contrariaram as expectativas de consolidação da retomada econômica. Houve queda do setor industrial, do comércio e serviços. Com destaque para os serviços, que caíram 1% em comparação com julho, e que vem patinando para se restabelecer. No acumulado dos últimos 12 meses os serviços amargam uma queda de 4,5%, ao contrário do comércio e indústria, que acumulam crescimento.
Seria o mês de agosto um sinal de que a recuperação ainda está longe? Acredito que não. Podemos creditar o resultado ruim de agosto na conta de ajuste, puxado pela queda dos serviços prestados às famílias e o turismo. Tal situação é comum em um processo de recuperação econômica.
O balanço dos dia das crianças apresentou crescimento relevante no valor das vendas, demonstrando a recuperação do poder de compra do consumidor que corrobora a tendência da retomada, ainda que em um ritmo lento. As projeções para 2018 também seguem otimistas, mesmo com o resultado ruim de agosto. Para o ano que vem o mercado projeta um crescimento em torno de 2,5% que está atrelado à aprovação das reformas, e o desenrolar dos escândalos políticos.
Não poderia deixar de citar a importância do equilíbrio das contas públicas para que se concretizem as projeções positivas, pois ainda que com discurso de austeridade o governo tem feito inúmeras concessões para se manter no poder, que se traduzem em aumento de gastos, prejudicando o alcance das metas de controle fiscal que são fundamentais para a efetivação deste novo ciclo da economia.
(*) Economista