Agricultura responde positivamente

25/10/2016 às 20:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:23

Zé Silva*

Estudos realizados pela Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), sob coordenação do professor da Escola Superior de Agricultura da USP, Paulo Fernando de Araujo, reiteram claramente o impacto positivo de investimentos em pesquisa, educação e serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater) para o desenvolvimento e resultados de produção e produtividade.

Embora centrados na realidade paulista, os estudos são uma amostra também válida para as demais regiões brasileiras. Segundo também mostra o Censo Agropecuário de 2006, as famílias que recebem regularmente os serviços de Ater alcançam uma produtividade em suas atividades quase quatro vezes maior do que aquelas que não recebem.

Os estudos da Fapesp, com dados de 1981 a 2013, mostram que a cada R$1 investido com recursos públicos em pesquisa, educação superior e Ater na agropecuária paulista resulta em um retorno de R$ 10 a R$ 12 para a economia do Estado, traduzido no aumento do faturamento do setor, ou em uma contribuição de R$ 5 para o PIB agrícola paulista. O PIB de São Paulo, considerando agropecuária, insumos, agroindustrias e serviços, foi de TR$ 213 bilhões em 2013.

Nesse quadro, o professor Paulo Fernando recomenda que investimentos públicos nessas áreas devem constar das prioridades do Estado. E, dizemos nós, devem ser prioridades de qualquer governo, sobretudo os de Estados com tradição na economia agrícola, como é o caso de Minas.

Nesse contexto, estamos lutando há tempos pela criação de uma instância nacional de coordenação, sustentação e fortalecimento dos serviços de assistência técnica e extensão rural. Esta conquista histórica foi finalmente alcançada com a criação da Agência Nacional de Ater (Anater). 

Afinal, estudos como esses da Fapesp mostram de forma clara as potencialidades do setor agrícola para a nossa macroeconomia, para a geração de empregos, de renda e de oportunidades de empreendedorismo. Mas para isso são necessários investimentos, sobretudo em pontos essenciais como os apontados pelos estudos: pesquisa, educação e serviços de assistência técnica e extensão rural. 

(*) Agrônomo, extensionista rural, deputado federal pelo Solidariedade/MG

 

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