Ainda sobre os desafios da cafeicultura

14/08/2017 às 18:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:04

Zé Silva*

Os cafeicultores do Sul de Minas estão finalizando os trabalhos de colheita, e mais uma vez esperançosos de que o café tenha bons preços e compense todo o esforço e investimentos feitos nas lavouras.  Principal área produtora de café do Brasil, retomo esse tema porque permanecem ainda sem solução muitas das demandas do setor, onde também atua fortemente a agricultura familiar da região. 

Algumas dessas demandas são de preços mínimos para os cafés Arábica e  Conilon,  a estruturação e aprimoramento dos processos de marketing para o café brasileiro, a criação de um seguro agrícola que vá além do Proagro, ou seja, que não cubra apenas as perdas por ações climáticas, mas garanta também os preços mínimos do café, e uma política de investimento em segurança patrimonial. 

Quanto à segurança, por exemplo, apenas nas últimas semanas foram apreendidos pelos agentes de segurança cerca de 30 caminhões e maquinas utilizadas para roubo de café no Sul de Minas. As quadrilhas agiam como prestadoras de serviços aos cafeicultores, mas modificavam os espaços internos desses veículos para furtar o café. Em recente encontro em Muzambinho, promovido por entidades dos cafeicultores, a melhoria da segurança pública no meio rural estava entre as demandas prioritárias do setor.

Como já tivemos oportunidade de manifestar, essas demandas exigem medidas práticas e focadas, para garantir que a cafeicultura siga na condição de um dos pilares da nossa economia. E mais importante ainda, que seja uma atividade o mais sustentável possível, considerando o papel extraordinário que desempenha em diversas regiões do Brasil, e de modo especial em Minas. 

No ambiente da produção, nas lavouras, Minas avançou muito. Por exemplo, com as ações que desenvolvemos na Emater, com um programa para a qualidade do café, o Certifica Minas, e avançando nos processos de certificação para a agricultura familiar. Mas o desafio maior é que essas medidas estão num ambiente fora da produção ou, sem meias palavras, são decisões a serem tomadas no campo da política e da gestão pública.

E é por isso que a cafeicultura, de um modo especial, compõe nossa plataforma de ação parlamentar. Pelo que ela representa para a agricultura familiar, e pelos impactos positivos e históricos em nossa economia, sobretudo nas questões sociais como geração de empregos, enriquecimento cultural e desenvolvimento municipal. 

(*) Agrônomo, extensionista rural, deputado federal pelo Solidariedade/MG

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