Amamentação em locais públicos

23/03/2017 às 20:22.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:51

Paula Cristina M. Soares*

A preocupação com a alimentação do bebê começa quando a mãe o recebe nos braços. A recomendação do Unicef e do Ministério da Saúde é que o recém-nascido mame na primeira hora de vida, ainda na sala de parto, seja este cesárea ou parto normal. A amamentação é um dos mais importantes momentos da maternidade, pois beneficia mãe e bebê, sendo garantida por lei. Em 2008 a legislação regulamentou a opção de extensão da licença maternidade de 120 para 180 dias, sem prejuízo no salário, a fim de estimular o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida. Em Junho de 2016 foi sancionada na capital mineira a Lei Municipal 10.940/2016, que assegura o aleitamento materno em locais públicos e privados, além de prever multa ao estabelecimento que impedir ou constranger a lactante. Em dezembro passado, foi a vez do Estado de Minas Gerais regulamentar este direito pela Lei 22.439/2016.

Os benefícios do aleitamento materno são múltiplos. O vínculo mãe-filho favorece o desenvolvimento emocional de ambos. O leite materno é o alimento mais completo, contendo a quantidade certa de anticorpos, vitaminas, proteínas, água, sais minerais e gorduras necessárias para o crescimento e desenvolvimento do bebê. Ele já está na temperatura ideal, é facilmente digerido, constituindo o método mais barato e seguro de alimentação até o sexto mês de vida. 

Mamar no peito também diminui os riscos de desnutrição, obesidade infantil, alergias e infecções. A amamentação favorece ainda o desenvolvimento da musculatura da face da criança, beneficiando a fala e a respiração.

As vantagens também são muitas para a mãe: redução do risco de hemorragias, câncer de mama e de ovário, perda mais rápida de peso, prevenção contra uma nova gravidez. Amamentar é um processo natural que estimula a autoestima e evita que a mãe gaste tempo e dinheiro com mamadeiras e outros tipos de leite.

Muitas pessoas ainda alegam se sentirem constrangidas ao verem uma mãe amamentando e surgem diversos casos em que mulheres são criticadas ou humilhadas por estarem em local público. A lei não consegue coibir o preconceito, mas já é um grande passo para respaldar as lactantes. 

(*) Membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais
 

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