Aprovações e rejeições

19/01/2018 às 22:02.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:51

Aristoteles Atheniense*

Pesquisas do Barômetro Político Estadão-Ipsos revelaram, em dezembro passado, que, enquanto Geraldo Alckmin, Marina Silva e Jair Bolsonaro, sofreram desgastes em sua imagem, Lula, pelo sexto mês, teve a sua avaliação melhorada, atingindo a 45%.

Embora o levantamento não importe em estimativa das chances eleitorais dos candidatos, o resultado obtido pelo ex-presidente é significativo, uma vez que, em junho de 2017, a sua aprovação alcançou somente 28%.

Um dos fatores que mais favorecem o ex-metalúrgico é a crise do desemprego e a redução nos programas de assistencialismo, tão explorados pela falange lulista.
Com efeito, o julgamento pelo TRF da 4ª Região, embora provoque natural expectativa, não impediu que Lula obtivesse resultado favorável, mesmo condenado em primeira instância por 9 anos e meio de prisão, por haver recebido da OAS um apartamento no Guarujá como propina.

Mas, na campanha que vem realizando, corpo a corpo, pelo Brasil, não conseguiu desfazer o índice de reprovação que ainda é bastante elevado. Sua popularidade no Norte e Nordeste se mantém alta (73%), ocorrendo significativo crescimento tanto no Sul como no Sudeste (30% e 39%), ao contrário do que sucedera nas pesquisas anteriores.

Os escândalos de corrupção envolvendo seus correligionários e ele próprio, também não tiveram efeito negativo, sendo superados pela era do crescimento econômico e melhorias de condições de vida, mormente nas classes inferiores.

Curiosamente, o Barômetro Político acusou que o juiz Sérgio Moro, pela primeira vez, apresentou mais desaprovação (53%) do que aprovação (40%), o que vem sendo interpretado como perda de força da Operação Lava Jato e aniquilamento da imagem da Justiça, reduzindo a confiança do eleitorado no Judiciário.
Quanto aos demais concorrentes, sobreleva notar que Geraldo Alckmin teve a sua desaprovação elevada de 67% a 72%. Em relação à Bolsonaro, não houve qualquer alteração, em que pese a boa receptividade de seu nome nos locais que visitou. 

A alta obtida por Marina Silva, entre agosto e outubro, não sugere melhoria, em face do percentual de 62% de desaprovação. 

Esses números, mesmo despertando curiosidade junto ao público votante, não chegam a definir a situação dos candidatos, inclusive a do primeiro colocado, devido ao julgamento a que será submetido no próximo dia 24. Na visão da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, ainda que subsista a condenação, esta não impedirá o registro da candidatura de Lula.

*Advogado e Conselheiro Nato da OAB. Diretor do IAB e do IAMG.

  

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