Avanços e desafios da mulher e da ginecologia

29/10/2020 às 19:47.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:55

Agnaldo Lopes*

ma pesquisa do DataFolha revela que oito a cada dez mulheres consideram a ginecologia e a obstetrícia as especialidades médicas mais importantes. Vale lembrar que são 105 milhões de brasileiras, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dia 30 de outubro é Dia do Ginecologista e Obstetra e a data é uma oportunidade para refletir sobre a atuação e os desafios dessa especialidade responsável pelo tratamento da saúde feminina.

A data também marca a fundação da Febrasgo, cuja trajetória começou em Minas Gerais, em 1959. Atualmente, pela primeira vez na história, a entidade possui um presidente mineiro, conquista decorrente do reconhecimento dos esforços médicos alcançados pelos especialistas no Estado.

A ginecologia e a obstetrícia são a 4ª maior especialidade médica brasileira, ou seja, 30.415 médicos na área, conforme o Conselho Federal de Medicina (CFM), representando a 4ª residência médica mais procurada. Da infância à terceira idade, o ginecologista está atento às mudanças e cuidados com o sistema reprodutor e o corpo feminino em geral. O obstetra se dedica à reprodução e assiste durante a gestação, acompanhando o pré-natal, parto e pós-parto, garantindo a saúde da mãe e do filho.

O justo e positivo avanço social feminino também exige uma evolução constante do especialista, sendo preciso unir esforços para que elas tenham uma assistência integral e humanizada, tornando-se personagens atuantes no processo de decisão sobre a própria saúde. O acesso à informação de qualidade deve sempre ser uma meta e o fortalecimento da confiança entre paciente e médico um objetivo.

Mas ainda há muitos desafios a serem enfrentados. Um dos grandes dilemas da área é que 12% das brasileiras não costumam ir ou nunca foram ao ginecologista, conforme o DataFolha. Um dos motivos do crescimento nacional do câncer de colo de útero, por exemplo, é porque mais da metade delas (52%) não faz exame ginecológico preventivo. Outro problema de saúde pública é a gravidez não planejada. A estimativa é que 55% das gestações não são planejadas e a metade dos casos resulta em aborto.

Outras doenças, como HPV, endometriose e câncer, seriam evitadas ou diagnosticadas no início com a manutenção de uma rotina regular de consulta médica. A conscientização sobre a importância de ir ao ginecologista, fazer os exames, usar métodos contraceptivos e preservativos já é um começo para proporcionar uma melhor qualidade de vida.

O acolhimento, a confiança e o fornecimento de informações claras são fundamentais para o relacionamento médico-paciente. A mulher deve procurar um profissional de confiança para esclarecer dúvidas e garantir melhor bem-estar.

O ginecologista e o obstetra trabalham em virtude delas e a confiança motiva uma assistência humanizada e mais comprometida. A existência dos desafios é um fio condutor que incentiva a busca por soluções para proporcionar saúde e qualidade de vida para um maior número de brasileiras. 

*Presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)

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