Baixa visão na educação infantil

10/02/2017 às 19:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:51

Susy Darley Vieira*

Capaz de alterar a capacidade funcional do ato de enxergar, a baixa visão decorre de inúmeros fatores isolados ou associados, como baixa acuidade, redução significativa do campo visual, alterações corticais e/ou de sensibilidade aos contrastes interferindo na visão. O diagnóstico precoce contribui para o desenvolvimento infantil, mas oferecer condições de estímulo e reduzir limitações é fundamental.

Entre as dificuldades do aluno com baixa visão, temos a dificuldade em observar detalhes em objetos de uso comum e figuras dos livros; ler textos em letras comuns, impressas ou em cores claras; identificar pessoas e objetos à distância. Em ambientes desconhecidos, esbarra ou tropeça com frequência; pode ter sensibilidade à luz; dificuldades em realizar tarefas e pouca interação social. 

A Organização Mundial de Saúde e o Conselho Internacional de Educação de Pessoas com Deficiência Visual (ICEVI) consideram baixa visão acuidade visual menor que 20/70 de percepção de luz (o normal equivale a 20/20); campo visual inferior a 10% do seu ponto de fixação; alterações na sensibilidade aos contrastes e cores, dificuldade de adaptação à iluminação e capacidade potencial da visão para o planejamento e execução de tarefas. 

As principais patologias são:
– Albinismo é a ausência ou diminuição de pigmentação na íris com fotofobia variável (forte reação à luz) – pisca ou fecha os olhos; ocorre nistagmo (movimento involuntário dos olhos) e astigmatismo e miopia; 

– Catarata é uma diminuição da transparência do cristalino (lente transparente, biconvexa, responsável pelo foco e nitidez da imagem). Apresenta acuidade visual variável, diminuição da visão periférica, com diplopia (visão dupla) e perda da noção de profundidade. O oftalmologista pode indicar lentes;

– Coriorretinite é a inflamação da retina, camada interna do olho, provocada por, principalmente, toxoplasmose congênita ou adquirida. 

– A atrofia do nervo óptico leva à diminuição da acuidade visual, menos sensibilidade ao contraste e alteração do campo visual;

– Glaucoma dá-se ao aumento da pressão intraocular, provocando defeitos no campo visual. Pode ser congênito (presente ao nascimento), adquirido, associado a outros problemas oculares; 

– Deficiência visual cortical (DVC) ocorre quando há lesão nas vias óticas posteriores ou no córtex visual. Comum em casos de paralisia cerebral, podendo ser decorrentes de falta de oxigênio, hemorragias cerebrais e quadros infecciosos do sistema nervoso central. 

Nestes casos é preciso ter boa iluminação indireta sobre livros e cadernos; ampliações em textos e aumento do contraste em ilustrações (mapas e desenhos) auxiliam na compreensão; dificuldades de leitura do quadro negro devido à baixa acuidade visual, o professor poderá dar o texto em folha avulsa; não apresentar muitos estímulos visuais de uma só vez e possibilitar um tempo maior de compreensão.


(*) Analista Pedagógica da UEMG e especialista em Sistema Braille
 

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