Aristóteles Drummond*
Paulo Rabello de Castro é o príncipe dos economistas liberais. Não foi sem fundamento que Roberto Campos, no jantar de seus 80 anos, no Copacabana Palace, promovido pelo seu amigo e parceiro em feitos notáveis, José Luiz Bulhões Pedreira, escolheu o jovem economista para fazer o discurso de saudação. Agora, no centenário do inesquecível brasileiro, foi ele a organizar o livro comemorativo, editado pelo Instituto Atlântico e a Resistência Cultural, o Lanterna na Proa.
Alçado à presidência do BNDES, em feliz escolha do presidente da República, assumiu o alto cargo com a postura responsável do homem público que pauta sua atuação dentro das normas do consenso e do bom senso. Não se muda uma cultura no trato da economia de uma hora para outra. Sua linha é liberal, mas sabe conviver com uma realidade que, por vezes, exige flexibilidade em nome de objetivos maiores.
Hoje, a prioridade é o emprego e a retomada do crescimento. E o BNDES é o mais poderoso instrumento do governo. Pode, neste momento grave, adotar uma ou outra medida afinada com a cultura que queremos superar, mas que ainda é uma realidade nas decisões de investir na retomada da produção.
Infelizmente, alguns açodados analistas, não compreendendo as altas responsabilidades de presidir um órgão dessa magnitude, passou a cobrar de Paulo Rabello de Castro medidas autoritárias. O banco já sofreu demais por ter sido dirigido ao sabor da vontade dos poderosos de momento.
Exercer comando no Brasil de hoje é efetivamente um desafio a pedir tolerância, compreensão e muito amor ao país. As cobranças estão muito passionais, pressionando de todos os lados os encarregados de missões de alta relevância.
Homem de bom temperamento, o presidente do BNDES saberá superar incompreensões pontuais e cumprir bem a sua missão, com coerência e coragem.
(*) Escritor e jornalista