Câncer de próstata e a infertilidade

02/12/2016 às 20:40.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:55

Selmo Geber*

A mobilização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata ganhou cor e sentido nos últimos anos. A campanha “Novembro Azul” que colore monumentos mundiais e estimula a disseminação de informações sobre a doença, tirou da sombra os preconceitos, as histórias e os riscos desta enfermidade, que mata um homem a cada 40 minutos no Brasil.

Atualmente, a informação e o diagnóstico precoce são os principais aliados das pessoas na luta contra a doença. Por isso, nunca é tarde para esclarecer algumas questões e chamar a atenção da comunidade para os efeitos e tratamentos disponíveis para o câncer de próstata.

Se há décadas atrás os homens temiam a prevenção, intimidados por reflexos culturais do “machismo”, atualmente, os pacientes têm a consciência de que é possível manter uma vida normal e saudável, inclusive no âmbito sexual, após a cura. O desempenho sexual do homem não é afetado após o tratamento. Nem mesmo a sua fertilidade.

Existem diferentes formas de tratamento do câncer de próstata, indicados de acordo com o seu estágio. As mais frequentes são a cirurgia para retirada da próstata e a radioterapia, procedimentos que interferem na perda da capacidade reprodutiva pela relação sexual – o que não quer dizer que o sonho da paternidade precise ser extinto.

A medicina reprodutiva tem condições de acolher esse paciente e ajudá-lo a identificar o melhor caminho para a realização desse objetivo. Uma das alternativas disponíveis no diagnóstico precoce é congelar o sêmen antes de dar início ao tratamento. Esta decisão dará ao paciente condições de planejar a gestação para o momento ideal e se preparar para essa decisão. 

Para aqueles que não congelaram o sêmen, a alternativa é a biopsia para retirada dos espermatozoides diretamente dos testículos e posterior fecundação por meio da fertilização In Vitro.

Não é preciso temer ou mudar seus projetos. O câncer de próstata tem cura e as chances são ainda maiores para quem mantém um acompanhamento regular com um especialista.

*Membro Titular da Academia Mineira de Medicina e Médico-fundador da Clínica Origen

 

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