Fernando Custódio*
Essa é uma questão que inquieta muitos empresário nos dias de hoje.
Trabalho, trabalho, trabalho e não vejo a cor do dinheiro, é o que muitos dizem. E onde está o problema? Será que ele existe mesmo? Penso que a resposta passa pela análise gerencial dos dados e relatórios das empresas.
Assim, vale a seguinte reflexão: ter sobras de caixa ao final de um período significa que a empresa teve lucro? Da mesma forma, a falta de caixa no período significa prejuízos?
De uma forma simples, poderíamos definir lucro como o rendimento positivo obtido por uma negociação econômica ou como o que se ganhou a partir de uma comercialização.
Ao verificarmos os saldos de caixa, estamos fazendo uma análise da situação financeira da empresa (saldo de tesouraria, saldo de bancos, fluxo de caixa). Uma vez verificado o resultado financeiro, deve-se passar para a análise econômica.
Quando o empresário consegue perceber que são dois resultados diferentes, pode-se iniciar a resposta para a indagação que fundamentou esse artigo.
Como já dissemos, o simples resultado de caixa não representa o resultado econômico. A apuração deste resultado somente poderá ser conhecida por meio da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE), que determina o resultado pela diferença entre as Receitas pelos Custos Variáveis e pelos Custos Fixos.
As receitas indicam o faturamento do período, independentemente das diferentes formas de recebimentos. São obtidas pelo produto da quantidade vendida pelos respectivos preços de vendas.
Já os Custos Variáveis são aqueles que variam proporcionalmente ao volume de produção ou de vendas. Estão nessa categoria os custos das mercadorias vendidas ou serviços prestados. Assim como os impostos, comissões, embalagens. Vale lembrar que o custo da mercadoria vendida ou serviço prestado não pode ser confundido com o que se registra na conta fornecedor, uma vez que se trata do resultado econômico e o pagamento a fornecedores pode incluir materiais que ainda não foram vendidos ou utilizados no processo de fabricação.
Por fim, os Custos Fixos representam os custos estruturais da empresa, que acontecem independentemente do seu volume de vendas. Reflete estrutura necessária para gerar o ganho da empresa. Entre eles, listam-se os aluguéis, energia, funcionários, publicidade, telefonia, serviços de terceiros e outros.
Vale lembrar que a DRE é feita pela lógica da competência do fato gerador das receitas ou despesas. Não considera, portanto, as efetivas entradas e saídas financeiras.
Diante do que foi dito, onde está o meu lucro?
Ele pode estar no caixa, em estoques, em contas a receber, em inadimplência... Independentemente de onde esteja, o importante é a apuração adequada dos resultados financeiros e econômicos.
(*)Professor universitário e consultor financeiro