Como dar início e continuidade à atividade física

16/04/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:21

Lucas Penchel (*)

Há quem coloque empecilhos para começar uma atividade física. Cansaço, trabalho, compromissos e preguiça são as desculpas por aí. O que todas estas pessoas têm em comum é o boicote – um dos maiores inimigos do ser humano. Aquele receio de não dar conta, não gostar ou postergar sempre impede o pontapé inicial.

Tendo em vista que os únicos agentes capazes de alcançar as nossas metas somos nós mesmos, o esforço para dar início e, principalmente, continuidade à atividade física vai muito além de apenas fazer uma avaliação física e se matricular em uma academia. É preciso trabalhar, a princípio, a mente, para que a ação seja um reflexo do desejo.

Observo que, em muitos casos, o indivíduo traça metas um tanto quanto impossíveis de se alcançar. Em outros, são até possíveis, porém, tão árduas e longas, que causam desânimo já no início ou no meio do caminho. Sendo assim, a primeira indicação para quem não pratica nenhuma atividade física, mas deseja começar, é traçar um objetivo a longo prazo com propósitos a curto período. 

Exemplo: perder 2 ou 3 quilos, definir um pouco o corpo ou ficar mais disposto em aproximadamente duas semanas. Como são resultados possíveis de serem obtidos a curto prazo, ao observá-los, a pessoa fica muito mais animada a continuar no projeto para alcançar o objetivo final.

Outro detalhe muito importante é a escolha de qual atividade se praticar. Não adianta matricular-se no cross fit porque está na moda, se o indivíduo não gosta de treinamento de força e condicionamento; não adianta fazer boxe porque está escrito na revista que queima mil calorias se ele não gosta de artes marciais; não vale a pena entrar na musculação somente porque viu na internet que é a mais indicada. 

Para dar prosseguimento em uma atividade física, é essencial sentir prazer em praticá-la. É preciso estar bem-disposto para não desistir e as desculpas citadas acima não tomarem conta do pensamento, fazendo com que a pessoa abandone o exercício.

A escolha da atividade física vai muito além das estatísticas que aparecem nos estudos que definem o que é bom ou não. Elas ajudam, mas não são determinantes. Além de cada organismo responder de uma forma, o que deve definir o treino ideal são as preferências da pessoa: com o que ela se identifica, do que ela realmente gosta e o que ela almeja. Aconselho, também, a treinar acompanhado de alguém. O incentivo impulsiona e torna a atividade mais prazerosa, inibindo a vontade de faltar.

Na maior parte das vezes, começar algo que não se tem o hábito de fazer não é fácil. Requer muita força de vontade, foco nos objetivos e disciplina as atividades. Por isto, a tarefa inicial deve ser de dentro para fora: trabalhar a mente para tornar aquilo que é tido como obstáculo, algo simples de se fazer/alcançar. 

Feito isto, o segundo passo é conversar com um profissional da saúde. Ele dará a orientação certa sobre o que o seu corpo precisa, o que é possível fazer e o que trará melhores resultados. Lembrando que cada organismo responde de uma forma e a genética influencia em todos os sentidos, tanto no metabolismo, quanto no emocional. A luta diária pode ser fatigante para alguns, mas a sensação de se concretizar algo almejado, é recompensadora.

(*) Médico e nutrólogo

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