Como você gostaria de morrer?

18/09/2017 às 15:29.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:37

Mauro Condé*

Anitta Roddick nasceu na Inglaterra, uma menina pobre e simples, filha de imigrantes italianos e morreu 64 anos depois de ter muito sucesso na vida.

Entre outras proezas ela foi a criadora da Body Shop, famosa rede mundial de Cosméticos britânica, uma das maiores marcas do mundo recentemente adquirida pela brasileira Natura.

Ela criou a empresa a partir do nada e sem nunca ter frequentado um curso de administração sequer.
Sempre combinando seu estilo para lá de empreendedor com muita ética nos negócios, Anita, ainda jovem e mãe de duas filhas pequenas, passando por sérias dificuldades financeiras, teve a ideia de vender cosméticos totalmente naturais em frascos de plástico semelhantes aos usados para coleta de exames de urina, em uma pequena cidadezinha da Inglaterra em 1976.

Anita tinha um senso muito aguçado da sua própria existência e da sua mortalidade, que faziam dela uma pessoa incrível que dava valor intenso e imediato para cada segundo que vivia em sua curta vida.

Ela criou uma empresa que tinha como missão fazer dinheiro com seus produtos naturais para reinvesti-los em campanhas pelos direitos humanos, pela ecologia, meio ambiente e pela natureza.

Ela escreveu um livro dedicado às mulheres interessadas em abrir o próprio negócio, numa antevisão da tendência atual de empoderamento das mulheres e substituição do emprego pelo empreendedorismo.

Eu sempre me identifiquei com Anita por também defender apaixonadamente as mesmas causas que ela defendia com unhas e dentes: maior valorização e respeito pelo ser humano, maior participação das mulheres na sociedade, maior incentivo ao empreendedorismo e atitudes práticas em prol das causas ambientais e dos direitos humanos.

Certa vez Anita revelou que tinha uma pergunta chave que sempre repetia em todas as entrevistas de seleção que fazia para contratar novos funcionários para a sua empresa: “Como você gostaria de morrer?”

Esta pergunta lhe permitia se conectar a várias pessoas que compartilhavam com ela sua visão de um mundo muito melhor através de atos extraordinários.

Inspirada por Marcel Proust, o grande escritor e filósofo francês, ela sempre dizia que queria um funeral ao ar livre, ao som da música de Bruce Springsteen e no final da sua vida, o teve.

E você, Como Você Gostaria De Morrer? Pelo Que Você Gostaria De Ser Lembrado?

(*) Palestrante, consultor e fundador do Blog do Maluco

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