Mauro Condé*
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes livros sobre a ciência do pensamento. Eles me levaram para Berlim, na Alemanha de 2008, onde fui recebido pelo Dr. Gerd Gigerenzer. Fui logo pedindo a ele:
_ Por favor, me ensine algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
Ele compartilhou comigo as conclusões de seus estudos sobre a força da intuição para explicar e prever antecipadamente o comportamento humano:
A intuição é a faculdade ou ato de perceber, discernir ou pressentir coisas antes delas acontecerem independentemente de raciocínio e análise.
O conhecimento tem muito valor mesmo, quando dispomos de tempo suficiente para analisar as diferentes alternativas (com seus prós e seus contras) antes de fazer as nossas escolhas na vida. Porém, num mundo tão dinâmico com tanta informação, como o de hoje, a ignorância supera o conhecimento como fator de adaptação e sobrevivência. A ignorância é a maior fonte para a boa intuição, aquela que dispensa uma grande quantidade de informação, raciocínio e análise prévia.
Em decisões que exigem rapidez, as pessoas com mais pressentimentos se saem melhor do que as pessoas com mais conhecimento no processo de tomada de decisão. O grande segredo, quando há pressa para tomada de decisão e não há tempo suficiente, é não absorver muitas informações, mas sim descartá-las, descobrindo intuitivamente quais delas são desnecessárias. Por mais contraditório que pareça, os pressentimentos se baseiam num volume abundantemente pequeno de informações. A intuição é a mente pegando atalhos metais, como por exemplo:
Escolhendo entre várias alternativas a que mais conhecemos e reconhecemos, descartando as menos conhecidas (isso eleva nossa chance de acerto para 90% de possibilidade).
-Imitando o decisor diante de escolhas visuais, seguindo antecipadamente seu olhar, pois ele sempre olha antes para a alternativa que escolherá antes mesmo de apontá-la.
Desenvolva seu conhecimento sempre e confie nos pressentimentos, pois eles se baseiam em fatos arquivados abaixo do seu nível de consciência.
*Palestrante, consultor e fundador do Blog do Maluco