Aristoteles Atheniense*
Amanhã, milhões de eleitores estarão escolhendo o Presidente da República e Governador do Estado. A consequência dessa opção será o fortalecimento da democracia e da cidadania.
Esta preferência não se limitará a um ato momentâneo, devendo ir além. Caberá a cada votante acompanhar a conduta dos vencedores ao longo de seus mandatos, inclusive, denunciando-os quando não cumprirem com os seus deveres, faltando às promessas feitas ao longo das campanhas eleitorais.
Se assim procedermos, superaremos a relação clientelista, como se o governo fosse uma empresa privada capaz de terceirizar suas responsabilidades a quem não esteja à altura de exercê-las.
Vivemos uma fase de sedutoras mudanças. Mudar não significa, invariavelmente, melhorar. Podemos mudar para pior, havendo o risco, inclusive, de o povo ser desapropriado de direitos historicamente consolidados. O que é novo nem sempre é o que será bom.
Por que não renovar o que foi bom no passado? Só por ser velho?
Ante esse propósito incontido de transformar, como se a metamorfose, por si só, pudesse resolver todos os males de nossa política, cabe-nos buscar na vida de cada candidato o seu comportamento pretérito e de que lado ficou no cumprimento de mandatos que cumpriu.
Então, se mudou de partido para satisfazer os seus interesses eleitorais, por que não admitir que assim venha a fazer, após eleito, segundo suas conveniências pessoais?
A escolha de um candidato deverá ser feita individualmente, devendo resultar de um convencimento formado de forma consciente e honesta. A concepção modificadora ou mudancista só será válida quando importar na participação de homens que sejam comprovadamente probos e incapazes de fazer da política um atalho que os conduza ao píncaro de suas ambições.
O papa Francisco tem exortado as pessoas de bem a participarem da política, partindo do pressuposto de que esta “é uma das formas mais elevadas de caridade”.
É neste quadro de incertezas que cada um de nós estará no domingo dando sua contribuição, para que possamos desfrutar de melhores dias.
Imbuídos dessa disposição, torna-se válida a advertência de Santo Agostinho: “A esperança tem duas filhas lindas: a indignação e a coragem. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las”.
*Advogado e conselheiro nato da OAB e diretor do IAB.