Crise política na economia

30/05/2017 às 14:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:47

Aroldo Rodrigues*

Desde a último dia 17 que o mercado estuda o cenário para tentar entender o impacto da nova crise política no desempenho da economia brasileira. O primeiro indicador a ser analisado é a inflação. O reajuste generalizado dos preços que já fora o vilão da economia, hoje está considerado sobre controle. Isso porque se esperava uma inflação muito baixa, bem inferior ao centro da meta de 4,5%, justificada pelo baixo desempenho da economia e pela boa safra de alimentos. 

A bandeira verde na cobrança de energia e o corte nos preços dos combustíveis por parte da Petrobras também ajudam a segurar a inflação e pode ser que em junho tenhamos deflação (quando os preços caem ao invés de subir). Inflação sob controle abre espaço para corte nas taxas de juros. O mercado espera que na reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central) desta semana haja outro corte, desta vez de um ponto percentual, passando de 11,25% para 10,25% ao ano. 

A expectativa otimista de que poderíamos fechar o ano com uma Selic em 7,5% da espaço a uma previsão mais cautelosa, que estima a taxa em 8,5% em dezembro. Para a próxima reunião, tão importante quanto o anúncio do corte, será o comunicado do Banco Central, que explicitará o clima entre os diretores do Conselho. 

O impacto maior de toda essa tempestade política deve ser sentido na retomada do crescimento econômico. Com a volta da incerteza no cenário político, as agências de risco já começam a revisar para baixo as perspectivas para o país, o que compromete as decisões de investimento, consumo e atração de novos negócios para o mercado brasileiro. Se faz urgente a definição de qual vai ser o rumo do país, ou melhor, quem vai ser o governante que indicará este rumo. 

Quanto mais tempo ficarmos à deriva, maiores serão os impactos no crescimento da economia e no emprego. As reformas de longo prazo são protagonistas nessa retomada, por isso o ambiente político é tão importante. Somente com uma base coesa o governo terá força para aprovar medidas impopulares, mas necessárias para o equilíbrio das contas no longo prazo. 

(*) Economista pós graduado em consultoria empresarial, consultor de empresas, palestrante e professor universitário

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