Déficit de atenção e diagnóstico

25/07/2018 às 19:50.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:36

Cláudio Vieira de Lima *

A prática do auto diagnóstico tem levado muitos pais aos psicólogos, neuropsicólogos e psicopedagogos com dúvidas se os filhos têm TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade. Agitação e pouco limite são as descrições sociais que, na convivência social, ficam ainda mais nítidas. Muitas crianças chegam às escolas sem terem aprendido os limites com os pais e muitos pensam que os professores irão ensinar isso aos filhos. 

A falta de limites provoca a indisciplina, traduzida em desobediência e não aceitação de qualquer tipo de autoridade e norma legal ou moral. A falta de limites produz uma sociedade permissiva, com pessoas que pensam poder fazer tudo, não importando as conseqüências de suas atitudes. No passado, nossos pais foram reprimidos pelos seus pais em uma educação autoritária, onde um simples olhar tinha grande significado. Nos dias de hoje, os pais têm dificuldades em estabelecer limites e normas em seus lares.

No TDAH, a criança apresenta uma dificuldade generalizada para manter a atenção voluntária, para dirigir e manter sua concentração. Pode haver também uma atividade motora inútil, onde a criança se movimenta sem objetivo e controle: balança os pés, as mãos, o corpo, passa a maior parte do tempo se deslocando quando deveria estar quieta. Pode ainda apresentar um grau acentuado de impulsividade: respondendo antes de o professor acabar de perguntar, tendo atitudes reativas ou até agindo agressivamente.

São crianças que se deixam levar facilmente por suas emoções, desejos ou necessidades. Têm dificuldade para pensar antes de agir. Precisamos compreender o TDHA como um tipo de transtorno neurológico, associado a uma disfunção em áreas do córtex cerebral, conhecida como Lobo Pré-Frontal, que surge na infância, geralmente como fator genético, e que em muitos casos acompanha o indivíduo até sua vida adulta. Quando o funcionamento desta área está comprometido,

ocorrem dificuldades como concentração, memória, hiperatividade e impulsividade. Por isso, devemos considerar o diagnóstico profissional, realizado por meio de avaliações padronizadas e sensíveis. Com a ajuda profissional , é possível adquirir hábitos e estratégias cognitivas que permitam um melhor desempenho escolar e social. 

Ainda assim, é necessário também estabelecer limites e regras de convivência social, que precisam ser respeitadas. Grandes educadores afirmam que a noção de limites está relacionada com a capacidade de a criança ter uma socialização bem-sucedida, reconhecendo os próprios limites e dos demais.

*Neuropsicólogo, professor do Curso de Psicologia da Faculdade Promove

 

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