Decisão de Aécio

13/08/2018 às 20:33.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:54

Aristóteles Drummond*

É nos momentos difíceis que as pessoas se revelam. No lar, no trabalho, na sociedade e na política. A decisão do senador Aécio Neves de retornar à Câmara dos Deputados, onde obteve o primeiro mandato eletivo e chegou a presidente com muito sucesso, merece ser analisada sem emoções.

Não se pode explorar covardemente o momento infeliz, um verdadeiro “apagão”, de uma conversa gravada de forma insidiosa, e da qual já se desculpou pelas palavras usadas, que nunca foram de seu vocabulário. Não é possível apagar toda uma carreira de bons serviços prestados a Minas e ao Brasil. Prevalecerá sempre o herdeiro das qualidades humanas e no exercício da vida pública de seu pai, o sempre saudoso Aécio Cunha e os ensinamentos de seu avô e mestre Tancredo Neves. Nasceu na política e dela não quer se afastar. Mesmo podendo usufruir das benesses do destino, uma vez que não tendo ganho dinheiro na política, tem mãe com conhecido e consistente patrimônio.

Ao deixar de postular uma muito provável reeleição ao Senado, o que as pesquisas publicadas confirmam, resolveu integrar a chapa de deputados federais. Mostrou, assim, humildade, espírito público e desejo de ser, mais uma vez, útil a seus companheiros de vida pública e a Minas.

Nunca fez política com ódios, ressentimentos, grosserias. Divergências ideológicas ou partidárias nunca o afastaram do interesse público. E isso pode ser comprovado pelas excelentes relações que manteve com o então prefeito de Belo Horizonte e hoje governador Fernando Pimentel. Juntos, muito fizeram pela capital.

Quem acompanha a política nacional sabe que vivemos um momento em que as divergências ganharam um clima de hostilidade, agressividade e intolerância. E nada disso serve à democracia nem facilita na hora de enfrentar uma crise na economia que afeta milhões de famílias. A campanha eleitoral que se inicia pede moderação, bom senso, equilíbrio e respeito às divergências. O senador Aécio Neves, que governou Minas em dois mandatos, fez seu sucessor e deu um bom exemplo ao se decidir pela volta à Câmara. Esta é a verdade.

*Escritor e jornalista
 

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