Desafios do impacto social

20/07/2018 às 20:03.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:31

Daniel Gonzalez*

A pauta de impacto social vem ganhando cada vez mais peso. Temas como responsabilidade social, carreira com propósito, negócio e empreendedorismo social, empresa B, aceleradoras de impacto, entre outros estão hoje em voga. Isso se dá por vários motivos, a começar pela conscientização da população e dos líderes globais sobre a importância de traçarem o que chamamos de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, as 17 ODS da Organização das Nações Unidas (ONU). 

A ideia é que os ODS sejam implementados por todos os países do mundo nos próximos 12 anos, até 2030. Entre os 17 objetivos estão acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares, acabar com a fome; promover o bem estar para todos, em todas as idades; assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade; promover o crescimento econômico sustentável; reduzir a desigualdades dentro dos países e entre eles; tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos, entre outros.

Como se pode ver, grande parte dos objetivos estão ligados a questões de saúde, tecnologia, educação e combate a pobreza, tópicos que, até pouco tempo, eram vistos pela sociedade como responsabilidade apenas das ONGs e do governo. Isso devido a uma teoria sobre o capitalismo que muitos acreditavam, e alguns ainda acreditam, de que uma empresa só existe para maximizar lucro e gerar valor para os acionistas e de que questões como de segurança, qualidade de vida, educação e saúde eram de responsabilidade de outras esferas. O grande economista e vencedor do premio Nobel Milton Friedman dizia que a grande responsabilidade social das empresas é aumentar os lucros.

Porém, essa crença vem perdendo força no mercado. Cada vez mais as corporações estão se enxergando como agentes de transformação da sociedade, e novas empresas sociais vêm surgindo. Dentro desse novo formato, elas buscam não apenas alcançar ganhos financeiros pessoais, mas também se ajustar a metas sociais específicas.

Hoje, mais de R$ 300 milhões são investidos por ano em iniciativas com essas características, e essas ações vêm ganhando mais visibilidade e força no mercado. Dois terços dos consumidores preferem marcas que devolvem algo à sociedade, a mão de obra qualificada está migrando para trabalhos que ofereçam significado e o jovem vem cada vez mais buscando uma carreira com propósito. Logo pode-se concluir que a pauta de impacto social é algo que veio para ficar, e a tendência é crescer mais. Seja por meio de empresas sociais, setor 2.5, ou ações de ONGs, o importante é que cada vez mais se vê uma conscientização da população em prol do bem.

A luta por uma sociedade com menos desigualdade, mais saúde, menos pobreza, mais educação e menos criminalidade é comum. Verdade é que para alcançar os 17 ODS da ONU nós iremos precisar de todos a bordo. Governo, empresas, negócios sociais, ONGs e o cidadão, todos colaborando em suas respectivas áreas para juntos construirmos um futuro melhor.

*Economista e fundador do Hub Social 
 

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