Dulce de Fátima Squarcio*
No lugar de legumes e da salada, o prato do almoço vem repleto de batatas fritas. Em vez de um peixe ou frango grelhado algumas vezes na semana, a carne vermelha é servida todos os dias. Na sobremesa, a fruta altamente nutritiva dá lugar ao velho pudim.
Refeições balanceadas, infelizmente, ainda não são uma realidade na mesa de boa parte dos brasileiros, o que contribui diretamente para o aumento dos índices de obesidade e de doenças desencadeadas e agravadas pelo sobrepeso, como o diabetes e a hipertensão.
Nesse contexto, conscientizar a população sobre a necessidade de se criar uma cultura da alimentação saudável – somada a outros hábitos do cotidiano –, apesar de urgente, é um processo longo e demorado e começar pela educação das novas gerações é o caminho mais efetivo para essa mudança comportamental.
Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde revela que 52,5% da população brasileira, ou seja, mais da metade, está acima do peso, número que apresenta uma tendência de crescimento. Quando o assunto é obesidade infantil, os dados indicam que uma em cada três crianças na faixa etária entre 5 e 9 anos se encaixa nesse perfil.
Esse dado preocupante acende um alerta sobre o que é possível fazer na escola e em casa para educar as novas gerações e incentivar hábitos alimentares mais saudáveis.
O papel das instituições de ensino é fundamental nesse processo, pois, na escola, a criança passa boa parte do seu dia, estando em contato com alunos de diferentes contextos e com realidades que vão ajudar a moldar suas ações e comportamentos. Incluir a discussão da educação nutricional no programa de ensino e trabalhá-la em sala de aula é de extrema importância.
(*) Coordenadora do Serviço de Horário Integral Bilíngue do Colégio ICJ