Efeitos do diabetes na saúde bucal

13/11/2018 às 20:29.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:49

Carlos Cordeiro*

Diversas ações estão previstas em todo o mundo hoje, 14 de novembro, no Dia de Combate ao Diabetes. A doença, além de provocar problemas oftalmológicos, hepáticos, arteriais, vasculares e coronarianos, interfere de forma intensa na saúde bucal. Dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 16 milhões de brasileiros sofrem com as consequências do diabetes. Ainda segundo o levantamento, a taxa de incidência da doença cresceu 61,8% na última década. No Brasil, em torno de 50% das pessoas que possuem a doença ainda não têm o diagnóstico.

Pessoas com diabetes têm um risco 2,5 vezes maior de apresentar doenças bucais do que pacientes sem a doença. Ao elevar os níveis de glicose na saliva e diminuir o seu fluxo, o diabetes contribui para a proliferação de bactérias, que por sua vez acabam causando ou intensificando doenças e condições como a gengivite, periodontite, mau hálito, boca seca, cicatrização morosa, Síndrome de Ardência Bucal (SAB), distorção ou diminuição do paladar e candidíase.

O aumento da placa bacteriana nos dentes pode ocasionar a inflamação, inchaço, vermelhidão e dor na gengiva, que ao longo de uma escovação pode apresentar um sangramento significativo. Estas ocorrências na gengiva são os principais sintomas da gengivite que, se não for tratada, pode evoluir para a doença periodontal. 
Caso o quadro da periodontite tenha uma piora, a gengiva e os ossos que dão estrutura aos dentes podem ficar comprometidos e o paciente pode ter sua gengiva retraída. Por fim, essa compressão gengival pode expor a raiz dos dentes, torná-los mais sensíveis e moles, podendo até causar a perda dos mesmos.

A diminuição do fluxo salivar em pessoas com diabetes também pode propiciar o surgimento de cáries, impedir o encaixe adequado de próteses dentárias e acarretar infecções fúngicas ou a candidíase oral.

Assim como todas as pessoas, os diabéticos devem escovar os dentes e a língua após a cada refeição e fazer uso do fio dental ao menos uma vez ao dia. Entretanto, para que o paciente com esta condição cuide de sua saúde bucal de forma ainda mais assertiva, é preciso que ele estabilize a porcentagem de açúcar no sangue. É muito importante que os pacientes tomem a medicação nos mesmos horários todos os dias, verifiquem a taxa de glicose no sangue cotidianamente e fiquem alertas ao surgimento de manchas, lesões, cortes e inchaços no corpo ou dor nas unhas dos pés. Caso haja alguma alteração, é preciso que o paciente procure por seu médico imediatamente. 

(*)Cirurgião dentista e especialista em endodontia e ortodontia

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