Em edificações, é melhor prevenir

22/01/2020 às 15:48.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:23

Giovani Cardoso Laquini

A manutenção preventiva é uma das melhores formas de se manter o desempenho de uma edificação ao longo de sua vida útil, além de ser pelo menos 30% mais barata que as manutenções corretivas. Mas, apesar dessas vantagens, percebe-se uma priorização pela correção dos problemas, à medida em que as patologias aparecem. Essa priorização se justifica pela transição de especialistas para leigos no processo de entrega do edifício, e pode ser contornada com uma maior utilização dos manuais do proprietário e a contratação de uma consultoria competente.

Quando um empreendimento é entregue, a responsabilidade sai das mãos de projetistas e construtores — especialistas, passando às mãos dos proprietários e síndicos —, na maioria das vezes, leigos. O mais comum é que os síndicos se apoiem na garantia legal da construtora, restrita às manutenções corretivas, deixando de priorizar as manutenções preventivas. Para auxiliar nessa transição, as construtoras devem fornecer um manual específico (geralmente denominado “manual do proprietário” ou “do síndico”) para cada empreendimento, contendo o que pode ou não ser feito naquela edificação, bem como os prazos recomendados para manutenção dos diversos itens. Essa referência de prazos de manutenção antecipa as falhas mais prováveis, sendo um guia para iniciar as manutenções preventivas, devendo receber muita atenção dos responsáveis.

Esgotadas as manutenções em conformidade com o manual, a avaliação de manutenções periódicas adequadas deve ser feita por profissional qualificado. Recomenda-se buscar experiência na aplicação de metodologias como a “Inspeção Predial Total” e bom conhecimento da Norma Técnica de Manutenção de Edificações (ABNT). Nesse aspecto, a seleção do profissional é o fator crítico, pois uma escolha baseada somente no menor preço traz o risco de se trabalhar com profissionais inexperientes ou sem a competência técnica necessária para essa atuação.

O usuário, pode, portanto, trabalhar com duas linhas de atuação na busca pelas manutenções preventivas. Pode se valer de um manual, para conhecer os itens relevantes e suas respectivas demandas por reparos, devendo também buscar profissionais qualificados para auxiliar no gerenciamento dessa manutenção. Essas iniciativas se complementam, contribuindo para manter a edificação com um bom desempenho ao longo de sua vida útil, além da economia em reparos no longo prazo.

Mestre em Estudos Sociais do Trabalho, da Tecnologia e da Expertise e professor nos cursos de Engenharia Civil e de Produção das Faculdades Promove e Kennedy

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