Empreendedorismo feminino: desafios e competências

24/06/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:00

Luiza Paes*

Empreendedorismo é um conceito que vem sendo muito explorado nos últimos tempos. E as mulheres estão conquistando um espaço de destaque nessas discussões revelando-se admiráveis empreendedoras. Já não é raro vê-las em posições nobres nas empresas, ocupando cargos de presidência, gerência e coordenação.

Atualmente, de acordo com dados da consultoria Serasa Experian, 35% dos lares brasileiros são sustentados por mulheres e 65% dessas residências têm a participação feminina na contribuição. Além disso, 8% de todas as mulheres do país são empreendedoras (5,7 milhões de pessoas) e cerca de 40% das micro e pequenas empresas mineiras são administradas pelo sexo feminino.

Não há uma razão isolada que explique os motivos que as levam a investir no próprio negócio, mas a presença de mais mulheres empreendendo, hoje, é resultado de uma construção histórica: ganhamos o direito ao voto obrigatório em 1946, tivemos a revolução da pílula contraceptiva em 1960, a queima de sutiãs em 1968, dentre outros marcos significativos.

Com o passar dos anos, ganhamos voz na sociedade e, consequentemente, no âmbito sociocultural e no mercado de trabalho. A independência financeira também foi um propulsor importante. Ter o próprio dinheiro e decidir o que fazer com ele é libertador.

O perfil da empreendedora é organizado, criativo, crítico, perseverante, líder, flexível e batalhador. A grande maioria dessas mulheres é capaz de realizar multitarefas com maestria, além de ser intuitiva, sensível e ter um aguçado espírito de servidão. Esses pontos positivos dão à mulher a capacidade de observar situações com uma visão macro, sem deixar de se ater aos detalhes, e estar sempre disponível ao aprendizado.

Atualmente, 14% do público da ACMinas é feminino. Embora o número não seja muito expressivo, a cada encontro, vê-se nitidamente o aumento do interesse delas pelas atividades do Conselho. Ao mesmo tempo, sabemos que as mulheres ainda enfrentam barreiras e preconceitos em função do gênero. Além disso, conciliar a vida profissional com a maternidade também é um desafio.

Contudo, o caminho do empreendedorismo não é fácil para ninguém, seja você mulher ou homem. Os maiores entraves para manter um negócio e conquistar sucesso profissional no Brasil estão diretamente relacionados às burocracias impostas pelo governo, à alta taxa de encargos, impostos e taxa de juros.

O importante é acreditar e persistir. Independentemente do gênero, a ascensão do empreendedorismo e da inovação é um grande impulsionador da economia. Ambos os sexos, apesar das diferenças, são indispensáveis para um cenário próspero no mundo dos negócios. É preciso reconhecer as adversidades para vermos como é necessário estarmos juntos para existir e crescer.

(*) Vice-presidente de marketing da ACMinas Jovem

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