Empreendedorismo na Enfermagem

18/10/2017 às 15:24.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:17

Débora Cristine Gomes Pinto e Letícia Martins Barros Ramos*

O empreendedorismo pode ser caracterizado como uma forma de o indivíduo expandir suas possibilidades financeiras, além de adquirir sua independência do papel de trabalhador assalariado enquanto membro de uma organização. O empreendedor é tido como um agente que de forma inovadora gera mudanças que vão além da esfera econômica por meio do desenvolvimento de novos produtos, sejam estes bens ou serviços, além de criar novas formas organizacionais e gerar novos empreendimentos.

Estudiosos afirmam que na área da saúde os profissionais têm várias razões e oportunidades para ter o seu próprio empreendimento. Primeiro, por se tratar de profissionais com ampla compreensão das necessidades do ser humano de forma integral e contextualizada. Segundo, porque tem potencial e oportunidades para explorar novos espaços sociais, não necessitando submeter-se aos espaços tradicionais de cuidados, em que prevalece a noção de doença. E, por último, porque o empreendedorismo possibilita a conquista de novos mercados de trabalho.

Nesse contexto, o enfermeiro como profissional autônomo pode exercer de forma criativa e inovadora suas atividades práticas nas mais diversas áreas do cuidar em saúde, seja através da educação, seja na promoção de saúde, na gestão de serviços ou na assistência de enfermagem aos indivíduos, às famílias e a toda comunidade, tais como a administração de medicamentos e tratamentos prescritos, orientação e controle de doenças crônicas, gestantes, entre outras atividades. O enfermeiro deve assegurar para que a assistência chegue até o cliente de forma competente, responsável, tecnicamente correta e ética.

No Brasil, o enfermeiro por meio do Decreto nº 5.452, de 1º de maio de 1943, é reconhecido na Legislação Trabalhista como profissional liberal, podendo exercer suas funções como autônomo ou empregado. Porém, somente a partir da década de 90 é que a prática empreendedora ganhou destaque na enfermagem, extrapolando os atendimentos nos hospitais, ambulatórios e centros de saúde.

Nos últimos anos, a enfermagem tem sido uma profissão em crescente ascensão na prática empreendedora, com potencial e oportunidades para explorar novos campos de atuação, como a abertura de consultórios e clínicas de enfermagem para a prevenção e tratamento de lesões, conforme a Resolução Cofen nº 0501, de 9 de dezembro de 2015, que regulamenta a competência da equipe de enfermagem no cuidado de feridas. Para isto, é preciso considerar que a formação, e a preparação adequada desses profissionais é uma ferramenta importante para estimular o empreendedorismo no enfermeiro, provocando mudanças na visão desse profissional, e, principalmente, possibilitando a abertura de novas empresas com atividades de enfermagem que atendam tanto as necessidades sociais quanto as de mercado de trabalho.

(*)  Débora Cristine Gomes Pinto, mestre em Ciências da Saúde, coordenadora e docente do curso de bacharelado em Enfermagem da FKBH e docente do curso de bacharelado em Nutrição da FKBH.
Letícia Martins Barros Ramos, mestre em Administração, docente dos cursos de bacharelado em Enfermagem e Nutrição da FKBH

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